“O tempo passa, o tempo voa.”* E
felizmente os hábitos mudam e baniu-se o
Diclorodifeniltricloroetano
‒ DDT de nossas vidas. Após a II, Guerra Detefon era o nome fantasia do inseticida popular entre as donas de casa que almejavam proporcionar à família um lar livre
de insetos. Em 1962 no livro “Primavera Silenciosa”, a bióloga americana Ruth
Carson (1904-1964) demonstrou que em longo prazo o inseticida, desenvolvido
para o setor agrícola, tinha efeitos prejudiciais à saúde humana e aumentava a
mortalidade de pássaros. Na década de 1970 vários países baniram o DDT e seu
uso passou a ser controlado pela Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes. No Brasil continuou em uso até 2009 (Lei nº. 11.936 de 14 de maio de 2009). Desconfio que continuamos a ser envenenados por outros produtos.
Em
casa o inseticida era o Flit, que também tinha DDT em sua composição. Apesar de tudo sobrevivemos. Impressionante!
E aqui vai uma poesia de Vinicius de Moraes
dedicada ao mosquito. Apenas um comentário: mosquitos picam, não mordem.
O MOSQUITO
Rio
de Janeiro, 1970.
O mundo é tão esquisito:
Tem mosquito.
Por que, mosquito, por que
Eu... e você?
Você é o inseto
Mais indiscreto
Da Criação
Tocando fino
Seu violino
Na escuridão.
Tudo de mau
Você reúne
Mosquito pau
Que morde e zune.
Você gostaria
De passar o dia
Numa serraria —
Gostaria?
Pois você parece uma serraria!
A bomba usada para aspergir o inseticida pela casa.
*Alusão ao jingle do Banco Bamerindus: "O tempo passa, o tempo voa. E a poupança Bamerindus continua numa boa".
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