Quando ele surgiu em 1972, foi saudado com bom humor pelo público que, bem ao estilo brasileiro, logo lhe deu um apelido que se ajustou perfeitamente ao novo equipamento das cidades: orelhão. Pouco menos de cinquenta anos depois, discretamente ele está desaparecendo do cenário urbano, deixando muitas histórias emocionantes na lembrança da população.
O que pouca gente sabe é que o famoso protetor dos telefones públicos foi
criado pela arquiteta Chu Ming Silveira (1941-1997). Chu Ming, na época chefe da seção de projetos do Departamento de
Engenharia da Companhia Telefônica Brasileira ‒ CTB, realizou um trabalho
perfeito: o novo equipamento urbano protegia o aparelho e o usuário, tinha
baixo custo de fabricação, instalação e manutenção, além de boa acústica e
estética atraente; era durável e, principalmente, fácil de usar. Ela se
inspirou no formato do ovo porque achava que era a forma de melhor acústica. O
orelhão foi um sucesso tão grande que logo foi adotado no Paraguai, Peru,
Colômbia, China, Angola e Moçambique.
Os
primeiros orelhões foram instalados no Rio de Janeiro no dia do padroeiro da
cidade: 20 de janeiro de 1972. Em seguida foi a vez de São Paulo que recebeu 170
aparelhos no dia do aniversario: 25 de janeiro. O nome que Chu Ming Silveira dera ao equipamento era bem mais romântico:
tulipa, o que (pelo menos no Brasil) não vingou.
Havia
um orelhão em frente ao meu prédio e foi substituído por uma árvore. Sei que há
telefones públicos nas Estações do metrô, mas não tenho ideia de onde se
compram os cartões que, antigamente, encontravam-se em todas as bancas de
jornais.
Chu Ming Silveira nasceu em Xangai, China. A família
mudou para o Brasil, estabelecendo-se em São Paulo, onde ela se formou
arquiteta pelo Mackenzie em 1964.
As fotos foram tiradas há alguns anos na Avenida Paulista e na Praça da Luz.
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