NÃO FIZ NADA, bem sei, nem o farei,
Mas de não fazer nada isto
tirei,
Que fazer tudo e nada é tudo
o mesmo,
Quem sou é o espectro do que não
serei.
Vivemos aos encontros do
abandono
Sem verdade, sem dúvida nem
dono.
Boa é a vida, mas melhor é o
vinho.
O amor é bom, mas é melhor o
sono.
Fernando Pessoa/ Obra
poética.
Empregada da cervejaria (c. 1878), óleo sobre tela de Édouard Manet.
Colheita de feno em Éragny (1901), óleo sobre tela de Camille Pissarro (1830-1903).
Homens trabalhando (1922), óleo sobre tela da mineira Zina Aita (1900-1967).
Costureiras ( 1936), óleo sobre tela de Tarsila do Amaral (1886-1973)
CACAU (1938) afresco de Cândido Portinari (1903-1962)
Os pescadores (1943), óleo sobre tela do paraibano Tomás Santa Rosa (1909-1956).
A moenda (1951), óleo sobre tela de Heitor dos Prazeres (1898-1966).
Depois da treze poderei sofrer:
antes, não.
Tenho os papéis, tenho os telefonemas,
tenho as obrigações, à hora-certa.
Depois irei almoçar vagamente
para sobreviver,
para aguentar o sofrimento.
Então, depois das treze, todos os deveres cumpridos,
disporei o material da dor
com a ordem necessária
para prestar atenção a cada elemento:
acomodarei no coração meus antigos punhais,
distribuirei minhas cotas de lágrimas.
Terminado esse compromisso,
voltarei ao trabalho habitual.
Cecília Meireles.
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