sexta-feira, 10 de junho de 2022

SEXTA-FEIRA POÉTICA

 

Luís Vaz de Camões (c. 1524-10/6/1580).


Sonetos

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

 

LUSÍADAS

CANTO PRIMEIRO

(106)

 

No mar, tanta tormenta e tanto dano,

Tantas vezes a morte apercebida!

Na terra, tanta guerra, tanto engano,

Tanta necessidade aborrecida!

Onde pode acolher-se um fraco humano,

Onde terá segura a curta vida,

Que não se arme e se indigne o céu sereno

Contra um bicho da terra tão pequeno?

 

 

Camões morreu no dia 10 de junho.

No mundo, 260 milhões de pessoas falam Português que vivem em nove países.  Angola: 25,02 milhões de habitantes; Brasil: 207.435 milhões de habitantes; Cabo Verde:  531.725 mil habitantes; Guiné-Bissau: 1,926 milhão de habitantes; Moçambique; 29.425: milhões de habitantes; Portugal: 10,5 milhões de habitantes; São Tomé e Príncipe: 198 mil habitantes; Timor Leste: 1,230 mil habitantes; Guiné Equatorial: 890 mil habitantes.

Ilustração de Lima de Freitas em OS LUSÍADAS. Abril Cultural, 1982.

2 comentários:

jose carlos disse...

Alô Hilda, bom dia.

estou curtindo as redondilhas, nesses contos camonianos, sorvendo a poção mágica de nosso idioma... continue enviando fragmentos poéticos, para arejar os nossos pensamentos.

Um grande abraço Luso-Brasileiro !!!!!

Hilda Araújo disse...

Alô, José Carlos. Bom dia! Adoro Camões, que conheci na boa e tradicional Escola Portuguesa (Santos) onde tivemos a felicidade de ser alfabetizados. Infelizmente, não pude comparecer às comemorações dos cem anos da Escola. Um forte abraço.