quarta-feira, 25 de outubro de 2023

ALMADA NEGREIROS

 “Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria.

 

Autorretrato, 1927.

José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970), artista plástico e escritor modernista português, está bem vivo na estação Saldanha do metrô de Lisboa, graças à bonita intervenção criada pelo filho dele, arquiteto José Almada Negreiros. Impossível não parar para ler as frases e ser conquistada pelo autor, nascido em São Tomé e Príncipe, um país formado por duas ilhas e que, atualmente, tem cerca de 204 mil habitantes.

 

Os olhos da nossa memória veem melhor do que os nossos.
•Belo não é o «gosto pessoal», é todos os gostos pessoais.
•Arte não é uma opinião, é um conhecimento.
•Pintar é falar consigo-mesmo para que alguém nos entenda.
•O idioma é a maior fortuna de um povo.
•O idioma é a instrução dum povo. A Arte a sua educação.

•Os olhos são para ver e o que os olhos veem só o desenho o sabe.
•O desenho é o nosso entendimento a fixar o instante.
•A geometria é a medição da natureza com o entendimento humano.
•O cânone não é obra do homem, é a captação que o homem pode da imanência.
•A perfeição contém e corrige a exactidão.

•Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade.
•Há sistemas para todas as coisas que nos ajudam a saber amar, só não há sistemas para saber amar!


Estação Saldanha, metropolitano de Lisboa, outubro de 2023.


5 comentários:

Anônimo disse...

As estações do metro de Lisboa estão a espalhar cultura por td o caminho.
Hildinha sempre dando show de observação. Parabéns cronista de ruas.

Anônimo disse...

Adorei

Anônimo disse...

Essa é minha amiga: caçadora de belezas

Hilda Araújo disse...

Obrigada a esses amigos anônimos, que desconfio quem sejam. Um forte abraço.

Anônimo disse...

Muito interessante Hilda. Você é verdadeira caçadora de relíquias. Desconhecidas... curiosas..