A atriz britânica Julie Andrews completa hoje 88 anos, no dia dedicado aos idosos – só no Brasil, somos 33 milhões (IBGE). Para lembrar Julie Andrews escolhi “Victor/ Victoria”, filme muito divertido de 1982, dirigido por Blake Edwards. Idosos sempre renderam boas histórias no cinema. Meus filmes preferidos sobre idosos são “O Exótico Hotel Marigold” (2011), direção de John Madden, com Judy Dench (88), e “Entrevista” (1987), de Federico Fellini (1920-1993), em que Marcello Mastroianni (1924-1996) reencontra Anita Ekberg (1931-2015) vinte e sete anos depois de “La Dolce Vita” (1960). Na ocasião, Eckberg estava com 56 anos e ele com 63 e muito bonitos.
No livro “Como envelhecer”, editora Objetiva, a
jornalista e socióloga da saúde (nem sabia que essa profissão existia) Anne
Karpf afirma que “precisamos nos libertar das ideias pré-derminadas de como uma
pessoa mais velha, ou mesmo mais jovem, deve parecer, soar ou viver”. A autora
reuniu citações de escritores, músicos, médicos, sociólogos entre outros,
mostrando diversas visões do envelhecimento.
Já
que iniciei com cinema, que tal começar com Norma Desmond,
personagem de Gloria Swanson (1899-1893) no clássico “Crepúsculo dos Deuses”, filme de 1950, dirigido por Billy Wilder
(1906-2002)? “Não há nada de trágico em ter 50 anos. A não ser que você esteja
tentando ter 25.”
Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832): “A idade
nos pega de surpresa.” Filósofo alemão.
Simone de Beauvoir (1908-1986):
“Um dia acordei e havia uma mulher de 70 anos na minha cama”. Escritora
francesa.
Nora Ephrom (1941):
“Ah, o pescoço. Existem pescoços de galinha. Existem pescoços de peru. Existem
pescoços de elefante. Existem pescoços com pelancas. Existem pescoços
esqueléticos e pescoços gordos, pescoços flácidos, pescoços encarquilhados,
pescoços com faixas, pescoços enrugados, pescoços fibrosos, pescoços moces,
pescoços cheios de manchas... Para conhecer a idade de uma árvore é necessário
cortá-la, mas isso não seria necessário se ela tivesse um pescoço.” Escritora e
roteirista norte-americana.
Molly Andrews: “Por todo
ciclo da vida, mudança e continuidade tecem uma teia intrincada. Conforme
encontramos novos desafios, físicos e psicológicos, com os quais a vida no
confronta, nós mudamos, mesmo permanecendo os mesmos. Nesse aspecto, a velhice
não é diferente dos outros estágios da vida. As mudanças são muitas e são
reais: negá-las, como alguns fazem em uma tentativa de combater o preconceito,
é tolice.” Professora de Ciências Sociais, University of East London.
Peregrine Worsthorne (1923-1920): “Para mim é difícil escrever sobre a velhice porque não me sinto velho. Eu simplesmente me sinto eu. Talvez eu seja anormal, monstruosamente excêntrico nesse aspecto, já que também tenho de admitir que não consigo me lembrar de me sentir jovem ou na meia idade. Consigo me lembrar dos tipos esperanças, preocupações e medos que eu sentia em diferentes períodos da minha vida, mas para mim foi a mesma coisa ter aquelas preocupações, esperanças e medos. E é a ininterrupta continuidade da minha autoconsciência que torna as mudanças relativamente insignificantes.“ Jornalista inglês.
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