sábado, 13 de abril de 2024

"OLHA O PASSARINHO!"

Vi a cena quando saía da Livraria da UNESP na Sé. Um lambe-lambe nesse mundo da fotografia digital? Não resisti à curiosidade, apesar da pressa, e fui ver o que ele fazia. Deduzi que o modelo dele era o monumento do apóstolo São Paulo, com a epístola na mão. Lembrei-me dos lambe-lambes da Praça dos Andradas, em Santos, onde atendiam àquela clientela que não podia pagar por fotografias de estúdio, num tempo em que máquina fotográfica era artigo supérfluo. Eram fotógrafos que trabalhavam em praças, jardins e praia. Carregavam um tripé onde colocavam uma caixa de madeira com uma lente e, após tirar a foto, o processo de revelação e copia era feito na hora. O que vi ontem me pareceu “inserido no contexto” (ah! o Pasquim!) contemporâneo. E o homem que passava distraído, parou para ler a placa de identificação da escultura curioso, talvez, pelo interesse do fotógrafo.




Praça da Sé, na hora do almoço. O fotógrafo  O homem caminha distraído.(Foto: Hilda Araújo, 10/04/2024.)

O fotógrafo ajusta o foco, analisa a luminosidade, capricha na fotografia enquanto o homem se informa... (Foto: Hilda Araújo, 10/04/2024.)

“Olha o passarinho!” – dizem que a expressão é muito antiga, vem dos tempos em que a tirar fotografia exigia muito tempo e paciência do fotógrafo e do fotografado. No caso de fotografar crianças, era difícil mantê-las imóveis por muito tempo, mas alguém teve a ideia de pendurar gaiolas no estúdio atrás do fotógrafo, que na hora da foto dizia aos pimpolhos “Olha o passarinho!” Deve haver outras versões para a expressão.


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