Canso de me deparar com funcionários
de lojas e empresas que não têm ideia do que fazem na vida. Alguns ainda têm
interesse e procuram ajuda. Fiz uma lista.
Passei pela vitrine de uma sapataria
onde havia lindas e discretas babuches com 50% de desconto; porém, contrariando as normas, não
havia preço em nada. “Qual o preço das babuchas?” – perguntei à vendedora que
respondeu que estavam em liquidação. “Eu li, mas qual o preço?”. Ela
rispidamente informou que o desconto era de 50%, virou-se e entrou na loja.
Fiquei furiosa com a grosseria, mas estava com pressa e, se pretendia voltar, a
vontade passou logo. Depois de algumas horas ainda aborrecida com a falta de
cortesia da comerciária, me dei conta de que ela não devia saber o que era uma
babucha... Custava perguntar?
Ônibus que uso frequentemente e conheço de vista os funcionários. Sobe
um senhor e pergunta ao cobrador detalhes do trajeto. O cobrador cita as
avenidas Paulista e Angélica. O passageiro quer saber se, no retorno, passa pela
Praça Clóvis Bevilácqua. O cobrador pensa um pouco e diz que não conhece. Não
me conformo: ele passa há anos pelo menos duas vezes por dia pela Praça Clóvis
Beviláqua e nunca se deu ao trabalho de identificar o trajeto do coletivo! “Sim,
passa pela Praça Clóvis Beviláqua” – digo ao senhor. E para o cobrador explico:
“A Praça Clóvis é a Clóvis Beviláqua, em frente à rua Anita Garibaldi”. E não é
que ele ficou muito surpreso com a novidade?
Queria comprar um presente de
aniversário para um amigo, que estava aprendendo a cozinhar e se interessava
por especiarias, quando vi um objeto perfeito na vitrine de uma loja. Entrei e
perguntei à balconista qual o preço do almofariz. Ela disse que não tinham.
“Como não? Está na vitrine!” Ela pediu que lhe mostrasse o objeto. E lá fomos
nós para a calçada e, diante da vitrine, mostrei o almofariz. “Ah! Um pilão!”
Eu procurei em vão uma toalha de praia em São Paulo. Até que um amigo me indicou uma loja de esportes, na avenida Paulista. O jovem que me atendeu, gentilmente, me levou para o setor de praia. Bastou uma olhada para saber que não havia toalhas de praia, mas ele não teve receio de perguntar o que é uma toalha de praia. Tive o maior prazer em explicar para ele o que era.
Perguntar só demonstra interesse, vontade de aprender e melhorar na atividade em que se trabalha.
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