domingo, 28 de abril de 2024

PERGUNTAR DEMONSTRA INTERESSE


Canso de me deparar com funcionários de lojas e empresas que não têm ideia do que fazem na vida. Alguns ainda têm interesse e procuram ajuda. Fiz uma lista.

Passei pela vitrine de uma sapataria onde havia lindas e discretas babuches com 50% de desconto; porém, contrariando as normas, não havia preço em nada. “Qual o preço das babuchas?” – perguntei à vendedora que respondeu que estavam em liquidação. “Eu li, mas qual o preço?”. Ela rispidamente informou que o desconto era de 50%, virou-se e entrou na loja. Fiquei furiosa com a grosseria, mas estava com pressa e, se pretendia voltar, a vontade passou logo. Depois de algumas horas ainda aborrecida com a falta de cortesia da comerciária, me dei conta de que ela não devia saber o que era uma babucha... Custava perguntar? 

Ônibus que uso frequentemente e conheço de vista os funcionários. Sobe um senhor e pergunta ao cobrador detalhes do trajeto. O cobrador cita as avenidas Paulista e Angélica. O passageiro quer saber se, no retorno, passa pela Praça Clóvis Bevilácqua. O cobrador pensa um pouco e diz que não conhece. Não me conformo: ele passa há anos pelo menos duas vezes por dia pela Praça Clóvis Beviláqua e nunca se deu ao trabalho de identificar o trajeto do coletivo! “Sim, passa pela Praça Clóvis Beviláqua” – digo ao senhor. E para o cobrador explico: “A Praça Clóvis é a Clóvis Beviláqua, em frente à rua Anita Garibaldi”. E não é que ele ficou muito surpreso com a novidade?

Queria comprar um presente de aniversário para um amigo, que estava aprendendo a cozinhar e se interessava por especiarias, quando vi um objeto perfeito na vitrine de uma loja. Entrei e perguntei à balconista qual o preço do almofariz. Ela disse que não tinham. “Como não? Está na vitrine!” Ela pediu que lhe mostrasse o objeto. E lá fomos nós para a calçada e, diante da vitrine, mostrei o almofariz. “Ah! Um pilão!”


Eu procurei em vão uma toalha de praia em São Paulo. Até que um amigo me indicou uma loja de esportes, na avenida Paulista. O jovem que me atendeu, gentilmente, me levou para o setor de praia. Bastou uma olhada para saber que não havia toalhas de praia, mas ele não teve receio de perguntar o que é uma toalha de praia. Tive o maior prazer em explicar para ele o que era. 

Perguntar só demonstra interesse, vontade de aprender e melhorar na atividade em que se trabalha. 

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