Ontem, o dia era de Mário, que
nasceu na rua Aurora, morou no Paissandu e viveu desde 1921 na rua Lopes Chaves,
na Barra Funda, “espaço vibrante de samba e Carnaval”. Mário contou que
descobriu o samba por acaso, no Carnaval de 1931: uma roda de samba diferente
de tudo o que já tinha visto e ouvido. Começou a pesquisar e o resultado foi o
ensaio sobre “O samba rural paulista”, de 1937. Em 1923 ele passou o Carnaval
no Rio de Janeiro e a experiência gerou o poema “Carnaval Carioca”; e em 1924 ele
presenciou o Carnaval fora de época em São João Del-Rei (MG) que ele cita no
poema “Noturno de Belo Horizonte”. Já a experiência no Recife, em vez de
maracatu vivenciou um porre histórico (mas isso é outra história).
“Em sua busca por um país, Mário de
Andrade identificou nessa festa uma síntese original da nacionalidade. E
confundindo a si mesmo com os destinos do brasil, tornou-se, ele mesmo,
Carnaval” – diz a apresentação da mostra, que tem curadoria de Arthur Major e Fábio Parra, logo na entrada.
A Barra Funda, onde Mário e família viveram,
foi reduto Grupo Carnavalesco da Barra Funda, formado por Benedito Barbosa e um
grupo de amigos, que teve um período de interrupção até que em 1953 ressurgiu como Cordão Camisa Verde e Branco por
obra de Inocêncio Tobias, e mais tarde o cordão virou Escola de Samba Camisa
Verde e Branco. Mário teria gostado. Como teria amado a homenagem da escola no
Carnaval passado
Vale muito uma visita à Morada do
Coração Perdido – e a entrada é gratuita.
Casa Mário de Andrade, rua Lopes Chaves, 540, Barra Funda, Metrô Marechal Deodoro.
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