Sexta-feira.
Penso em um programa. Que tal explorar a Zona Cerealista? Procuro informações
no metrô: o funcionário me diz que tenho que descer na estação da Luz. Na estação
da Luz, me encaminham para a saída da rua das noivas (entenda-se rua São Caetano)
e aí as coisas se complicam porque conheço o pedaço e sei que nem passa perto
da zona cerealista. Um senhor me indica o “caminho certo”: rua Paula Souza (se
quiser montar um restaurante ou lanchonete, endereço certo para comprar todos
os equipamentos – fogões, panelas, louças e que tais) e quase no final respiro:
lá está o Mercado Municipal, lindo todo restaurado. Torno a perguntar a um trabalhador
em horário de repouso, sentadinho em uma mureta. Ele diz que a rua Santa Rosa é
no outro lado da avenida que eu acabara de atravessar, mas resolvo ir mais para
a frente. “Senhora!” Em caso de dúvida me volto. É um guarda municipal (deve
ter ouvido a conversa) e me dá todas as informações necessárias. Só faltou
fazer o mapa (que seria bem-vindo). Agradeço, mas ele ainda não terminou: “Pergunte
sempre para um guarda municipal”. Pode deixar. Realmente acabei na avenida
Mercúrio, junto a uma favela sob o viaduto (acho que é o Viaduto Diário
Popular). Ufa!
Ainda sobrou algum fôlego para
bisbilhotar pelas lojas. Há o “atacadão do natural” (não me interessou), tem a
Loja do Arroz e o Empório do Arroz Natural; depois vem uma loja de ervas que
fica ao lado da casa de chás (achei muito britânica a ideia). Um luxo mesmo é a
casa que só vende milho de pipoca! Mas
já cansada de andar, visitei duas – em uma delas pega-se uma senha e aguarda-se
o funcionário que atenderá o freguês (ou freguesa) da vez. Na outra os
funcionários aproximam-se espontaneamente e oferecem ajuda.
Curiosidade
satisfeita pergunto a uma senhora da loja qual a estação mais próxima do metrô:
D. Pedro. E assim fui caminhando pela rua da Figueira, endereço da Casa das
Retortas, usina de gás e carvão inaugurada no final do século XIX e que em 1967
deixou de funcionar. Um prédio histórico que deveria sediar o Museu da História
do Estado de São Paulo, mas parece que a ideia não se consolidou por uma série
de problemas técnicos, inclusive contaminação do solo, que inviabilizaram o
projeto.
Encontro
com facilidade a estação e sei que, em uma próxima vez, será por lá que irei à
Zona Cerealista.
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