sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

UM PASSEIO CHEIO DE EQUÍVOCOS

 

A Zona Cerealista de São Paulo fica próxima do Rio Tamanduateí. À direita, o Mercado Municipal.

Sexta-feira. Penso em um programa. Que tal explorar a Zona Cerealista? Procuro informações no metrô: o funcionário me diz que tenho que descer na estação da Luz. Na estação da Luz, me encaminham para a saída da rua das noivas (entenda-se rua São Caetano) e aí as coisas se complicam porque conheço o pedaço e sei que nem passa perto da zona cerealista. Um senhor me indica o “caminho certo”: rua Paula Souza (se quiser montar um restaurante ou lanchonete, endereço certo para comprar todos os equipamentos – fogões, panelas, louças e que tais) e quase no final respiro: lá está o Mercado Municipal, lindo todo restaurado. Torno a perguntar a um trabalhador em horário de repouso, sentadinho em uma mureta. Ele diz que a rua Santa Rosa é no outro lado da avenida que eu acabara de atravessar, mas resolvo ir mais para a frente. “Senhora!” Em caso de dúvida me volto. É um guarda municipal (deve ter ouvido a conversa) e me dá todas as informações necessárias. Só faltou fazer o mapa (que seria bem-vindo). Agradeço, mas ele ainda não terminou: “Pergunte sempre para um guarda municipal”. Pode deixar. Realmente acabei na avenida Mercúrio, junto a uma favela sob o viaduto (acho que é o Viaduto Diário Popular). Ufa!

            Ainda sobrou algum fôlego para bisbilhotar pelas lojas. Há o “atacadão do natural” (não me interessou), tem a Loja do Arroz e o Empório do Arroz Natural; depois vem uma loja de ervas que fica ao lado da casa de chás (achei muito britânica a ideia). Um luxo mesmo é a casa que só vende milho de pipoca!  Mas já cansada de andar, visitei duas – em uma delas pega-se uma senha e aguarda-se o funcionário que atenderá o freguês (ou freguesa) da vez. Na outra os funcionários aproximam-se espontaneamente e oferecem ajuda.

Curiosidade satisfeita pergunto a uma senhora da loja qual a estação mais próxima do metrô: D. Pedro. E assim fui caminhando pela rua da Figueira, endereço da Casa das Retortas, usina de gás e carvão inaugurada no final do século XIX e que em 1967 deixou de funcionar. Um prédio histórico que deveria sediar o Museu da História do Estado de São Paulo, mas parece que a ideia não se consolidou por uma série de problemas técnicos, inclusive contaminação do solo, que inviabilizaram o projeto.  

Encontro com facilidade a estação e sei que, em uma próxima vez, será por lá que irei à Zona Cerealista.

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