Minha
incursão pela Zona Leste continuou com uma visita à Casa do Tatuapé, uma
herança dos tempos coloniais. O imóvel construído em meados do século XVII, provavelmente
entre 1668/1698 em taipa de pilão, é “o testemunho da primeira configuração urbana
implementada naquela área da cidade”, de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Ela
está localizada na Rua Guabiju, 49 e, para quem não tem carro ou outro veículo,
o passeio começa na Estação Tatuapé onde, no terminal de ônibus, embarca no ônibus
da linha Jardim Brasil e pede ao motorista para descer entre a Rua Ulisses Cruz
e Avenida Celso Garcia e caminhar uma quadra até a Guabiju, primeira travessa da Ulisses Cruz.
O terreno pertenceu ao padre
Matheus Nunes de Siqueira, como o religioso contava com Mathias Rodrigues da
Silva para administrar seus bens, a construção da casa é creditada a ele. Na
primeira metade do século XIX, começou a funcionar no sítio uma olaria que
fabricava apenas telhas; em 1880, a proprietária do imóvel Antônia Maria
Quartim casou-se com o imigrante italiano Basílio Pacini, que passou a produzir
também tijolos. Em 1945 com a morte de Elias Quartim de Albuquerque, a propriedade
foi vendida para a Tecelagem Textilia S/A e logo começou o loteamento da área,
sobrando apenas a casa seiscentista. No mesmo ano, começou o processo de
tombamento da Casa pelo IPHAN. Nos anos 1980, sob a responsabilidade do
Departamento do Patrimônio Histórico, em conjunto com o Museu do Ipiranga (USP)
foram realizadas pesquisas arqueológicas. Posteriormente, foi iniciado o
restauro da casa – reconstituição de paredes que ameaçavam desabar,
madeiramento e telhado, além de janelas, balaústres e portas almofadadas. O
piso de um dos cômodos foi mantido em terra batida para realçar as
características originais.
Muito
bem conservada, a casa museu fica no meio de um jardim, tem seis cômodos,
alpendre reentrante (corredor) e dois sótãos e tem telhado de duas águas. O
visitante pode observar a técnica da construção de taipa de pilão em uma parede
sem acabamento. O sistema ainda é adotado por causa da adequação térmica, custo
e sustentabilidade.




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