domingo, 19 de junho de 2016

NOSTALGIA

Na Biblioteca Mário de Andrade, achei um livro sobre o hiperespaço escrito pelo físico norte-americano Michio Kaku, um dos pioneiros da teoria das supercordas. Embora haja passagens obscuras para mim – que não tenho a mais remota lembrança das aulas de física, o livro é maravilhoso. Só para deixar vocês com água na boca, vejam o que ele conclui:

 “(...) uma das mais profundas experiências que um cientista pode ter (...) é se dar conta de que somos filhos das estrelas, e de que nossas mentes são capazes de compreender as leis universais a que elas obedecem. Os átomos dentro de nossos corpos foram forjados na bigorna do nucleossíntese dentro de uma estrela em explosão eras antes do nascimento do sistema solar. (...) Somos literalmente feitos de poeira de estrelas. Agora esses átomos, por sua vez, fundiram-se em seres inteligentes, capazes de compreender as leis universais que governam esse evento.” Michio Kaku, “Hiperespaço” (Rocco, 2000)
            
        Assim, é pura nostalgia o que sentimos quando nos encantamos ao olhar o céu noturno com milhões de luzes piscando para nós.  
           
"Céu Estrelado sobre o rio Rohne",- Vincent van Gogh.
OUVIR ESTRELAS

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!"E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto 
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas. 
Olavo Bilac (1865-1918)

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