segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Ó DE CASA! (4)


Fundação Maria Luísa e Oscar Americano 
Se nos anos 1930 o bairro do Sumaré ainda era isolado, em 1948 o Morumbi devia ser ainda um subúrbio de São Paulo, quando o engenheiro Oscar Americano de Caldas Filho  (1908-1974) resolveu implantar um parque com vegetação nativa para em 1953 construir sua casa. O autor do projeto da residência foi o arquiteto Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997). Ele criou uma casa de 1.500 metros de perímetro em estilo modernista, integrada à paisagem como era desejo do proprietário. Oscar Americano e a esposa Maria Luísa Ferraz Americano de Caldas viveram na residência até o falecimento dela em 1972. Em 1974 Oscar Americano criou a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, doando à cidade de São Paulo, a casa com o parque, além do acervo de obras de arte que o casal colecionou ao longo da vida.
(Foto: catálogo.)
         Ao entrar o visitante é envolvido pelo bosque, caminha por uma alameda que sobe suavemente até revelar a casa de linhas sóbrias que parece repousar sobre a elevação. O vidro é um dos principais elementos da construção, o que permite que as pessoas no interior da moradia desfrutem da beleza do parque, uma das principais áreas verdes de São Paulo.
         A residência de dois pavimentos é dividida em blocos: íntimo, social e de serviços. No térreo, ficam a área social e a área de serviços; no pavimento superior, a área íntima. Um pequeno jardim proporciona ventilação e iluminação ao interior da casa. Para a implantação do museu houve necessidade de fazer adaptações na residência, aberta ao público em 1980 e desde então a família ampliou gradualmente o acervo.
Tapeçaria, mobiliário, pinturas, esculturas, porcelanas e prataria compõem o conjunto de peças dividido em três núcleos: Brasil Colônia (mobiliário, prataria, exemplares de arte sacra brasileira e pinturas do holandês Frans Post); Brasil Império (esculturas, pinturas, gravuras, louças, móveis, pratas, comendas e adereços que retratam usos e costumes do período) e Mestres do Século XX, com obras de Victor Brecheret, Lasar Segall, Alberto da Veiga Guignard, Di Cavalcante e Cândido Portinari.
"Engenho com capela", Frans Post.
Uma vez por mês há concertos aos domingos às 11h30. Os próximos serão dia 3 de novembro e no dia 8 de dezembro (Concerto de Natal). Outra atração da Fundação é o Salão de Chá, que se destaca pela elegância do serviço. 
O parque demonstra que na primeira metade do século passado já havia uma preocupação com a questão ecológica. Oscar Americano contratou o engenheiro e arquiteto Otávio Augusto Teixeira Mendes (1907-1988) para transformar uma área coberta de pinheiros em um bosque típico brasileiro. São 75 m² revestidos de vegetação nativa como pau-ferro, pau-brasil, sibipiruna, jacarandá-da-bahia e angico-vemelho em ter outras. Nesse paraíso vivem 51 espécies de aves. Em 2006, a Fundação lançou o “Guia das Aves” (edição bilíngue), do professor Luís Fábio Silveira, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, em parceria com as alunas Camila Sobreira e Marina Oppenheimer, e fotos de Edson Endrigo.  

FUNDAÇÃO MARIA LUÍSA E OSCAR AMERICANO: Avenida Morumbi, 4077. Funciona de terça a domingo das 10 às 17h30. Ingresso: R$ 10,00 e R$5,00 (meia). Só aceita cartão de débito.
Para pedestres como eu, há duas opções.
Linha Amarela 4 do metrô - terminal São Paulo-Morumbi e tomar o ônibus 756A-10 na avenida e descer no ponto do Hospital Albert Einstein.

Estação Brigadeiro do Metrô e na avenida Brigadeiro Luís Antônio pegar o ônibus 5119-10 Terminal Capelinha e descer no ponto da avenida Morumbi 4076.



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