quarta-feira, 11 de agosto de 2021

O CALDO MIRACULOSO

No Brasil, ele chegou por meio dos portugueses, mas é encontrado em outros países europeus. Apreciado por pobres e ricos, em Portugal tem o nome de mão-de-vaca. Por aqui com o correr do tempo ganhou o nome de mocotó ‒ uma palavra de origem controversa ‒, pois para uns estudiosos vem do tupi e para outros da África. Esse caldo substancioso é feito com pata de bovino e há séculos faz parte do cardápio nacional. No Rio Imperial, final do século XIX, segundo cronistas da época, os artistas de rua (cantores e músicos) costumavam se apresentar de madrugada nos restaurantes populares em troca de um prato de mocotó no final da jornada.

        Como a pata de bovino, além de ser agradável ao paladar, custa barato, o caldo é bastante popular. Ao sabor, o folclore acrescentou a lenda de que caldo de mocotó é um santo remédio para cavalheiros que, na hora H não dão conta do recado. Em 1985, o cantor paraibano Genival Lacerda (1931-2021) compôs com Niceas Drumont (1912-1951) a música “Caldinho de Mocotó”.

        Como no inverno caldos são sempre bem-vindos, aqui vão a receita e e Genival Lacerda, que se foi este ano levado pelo Covid19.

 A RECEITA

Ingredientes: 1 mocotó picado ou em rodelas; 2 folhas de louro, cominho, 1 cebola media ralada, 4 dentes de alho amassados, 1 ramo pequeno de coentro, óleo e açafrão. Sal e pimenta-do-reino a gosto.

Modo de fazer: cozinhe o mocotó na panela de pressão por 40 minutos junto com o louro e o coentro. Retire e descarte os ossos. Separe 1/5 da carne do mocotó e pique-a em pedaços pequenos. Bata o restante do mocotó no liquidificador com a água do cozimento até formar um caldo grosso. Despeje tudo na panela. Em uma frigideira, frite o alho no óleo, depois adicione a cebola e refogue. Adicione o refogado na panela com o caldo juntamente com o cominho, sal e pimenta. Coloque uma pitada de açafrão apenas para corar o tom pálido do caldo. Deixe ferver o caldo por 5 ou 10 minutos. (Fonte: Tudo gostoso.)

 

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