Marcondes Machado, que era muito querido e popular, usou o macarronismo, nome que se dá ao emprego intencional e literário de duas línguas para fins parodísticos, como explica Otto Maria Carpeaux. E ainda de acordo com Carpeaux, os poetas parnasianos eram as vítimas preferidas de suas paródias. Um deles foi Raimundo Correia (1859-1911), autor de “As Pombas”.
“As pombigna”
P’ro aviadore chi pigó o tombo
I mais otra vai disposa da primiéra;
I otra maise, i maise otra, i assi dista maniéra,
Vai s’imbora tutta pombarada.
Pássano fora o di i a tardi intêra,
Catáno as formiguigna ingoppa a strada;
Ma quano vê a notte indisgraziada,
Vorta tuttos in bandos, in filêra.
Assi tambê, o Cicero avua,
Sobi nu spaço, molto ale da lua,
Fica piqueno uguali d’un sabiá.
Ma tuttos dia avua, allegre, os pombo!...
Inveiz chi o Muque, desdi aquillo tombo,
Nunca maise quiz sabê di avuá.
La Divina Increnca (1915), Juó Bananére. São Paulo: Editora 34, 2001.
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