Há fatos curiosos que não têm nenhuma importância, apenas ajudam preencher o tempo e lacunas de pesquisas. Um bom exemplo: o físico Albert Einstein nasceu no dia 14 de março de 1879 e o físico Stephen Hawking morreu no dia 14 de março de 2018. A relevância desses dois acontecimentos é a importância dos dois cientistas para a física teórica. Einstein recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1921 e Hawking, laureado com dezenas de prêmios ao longo da vida, incluindo a Medalha Albert Einstein em 1979. Duas vidas completamente diferentes, duas épocas distintas, marcadas por duas mentes brilhantes, que amaram tanto as estrelas e o universo invisível aos nossos pobres olhos humanos que dedicaram a vida a desvendá-los.
Olavo Bilac (1865-1918), que não era físico teórico, mas poeta, também amava as estrelas e muito antes já “ouvia” estrelas...
Ora (direis) ouvir
estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite,
enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora:
"Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai
para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.*
Em 1931, o engenheiro americano Karl Guthe Jansky
(1905-1950) descobriu ondas de radio emanando da Via Láctea e, graças aos
radiotelescópios que ele desenvolveu, podemos “ouvir” o universo.
Ah! Por falar em poesia, foi também em um
dia 14 de março que nasceu o poeta baiano Antônio Castro Alves (1847-1871), mas
esta é outra história para ser contada em outro contexto.
Galáxia em formato de um disco
voador (Foto: Divulgação/Nasa, 2012)
*(Poesias, Via Láctea, 1888.)
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