Ela
parece perdida no meio daquela floresta de concreto e vidro, que lhe tirou o status
de emergente, mas não conseguiu roubar-lhe a beleza, o porte altivo e a
grandeza serena que, infelizmente, poucos observam ao passar com pressa de
carro ou a pé pela Avenida Brigadeiro Faria Lima. Chama-se Cariniana legalis,
mas é mais conhecida por jequitibá-rosa – árvore nativa brasileira e símbolo
dos estados de São Paulo e Espírito Santo. Esse jequitibá-rosa foi plantado em
1959 por Irene Lewis, moradora da região, na esquina das ruas Aspásia com
Sertãozinho, no Itaim-Bibi. Durante a implantação da Operação Urbana Faria Lima
em 1995, o jequitibá-rosa só não foi ao chão por intervenção dos moradores que
se mobilizaram a seu favor. Aliás, na ocasião, a Operação Urbana Faria Lima
mobilizou ricos, pobres – por motivos bem diferentes, arquitetos e urbanistas – também por motivos diferentes. Os
defensores da árvore venceram: o prefeito Paulo Maluf (1931) aprovou e o
traçado da avenida foi refeito com um desvio para a construção do canteiro
central em torno do jequitibá-rosa. Na ocasião, o arquiteto Júlio Neves, autor
do projeto, afirmou que valia a pena a prefeitura gastar mais R$ 800 mil reais
para salvar a árvore do corte.* O jequitibá-rosa já tem 64 anos e mais de 15 m
de altura.
A maior coleção de jequitibás
conhecida está no Parque Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro
(SP), onde se encontram as duas maiores árvores de São Paulo: Patriarca, com
cerca de seiscentos anos e 45m de altura e a Matriarca com 48m de altura. Ambos
fazem parte da lista dos seres mais antigos do planeta.
*Fonte:
Folha de S. Paulo, 14/01/1994.
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