“ A cousa
complicada que é uma cidade qualquer. A cousa complicadíssima que é uma grande
cidade moderna.” Foi com este comentário genérico que, na quinta-feira, 14 de
julho de 1927, o poeta Guilherme de Almeida abriu sua primeira crônica no Diário
Nacional, jornal que estava sendo lançado naquele dia, com respaldo do Partido
Democrático em São Paulo. Guilherme de Almeida foi contratado para cuidar (imaginem
só!) da seção de queixas e reclamações. Usava o pseudônimo de Urbano, não
porque tivesse vergonha, a questão é que ele trabalhava no jornal O ESTADO de
S. PAULO, onde escrevia crônicas sobre cinema.
Nem é preciso dizer que ele se saiu
muito bem. Lendo as crônicas reunidas em um livro publicado pela Martins Fontes, imagino que muitos personagens ele inventava a partir de fatos
corriqueiros que observava pela cidade – Guilherme de Almeida viajava de
bonde. São crônicas bem humoradas, recheadas de galicismos (substituídos hoje
por anglicismos) já que o francês era o idioma da moda.
Em
1961, a Livraria Martins Fontes homenageou o poeta. “Para marcar o tão
significativo evento da nossa vida editorial, propositadamente escolhemos essa
obra, a significar homenagem nossa ao autor, que ora completa vinte anos de editado,
exclusivo na sua produção original.” O livro, que se chama RUA, reúne imagens
da cidade em forma de versos, resultado de suas anotações – “Nem de repórter,
nem de turista, estes flashes: apenas de transeunte”.
Guilherme de Almeida nasceu no dia 24 de julho de 1890 em Campinas e faleceu no dia 11 de julho de 1961 em São Paulo. Sofri para ler porque o livro é manuscrito e a letra de Guilherme de Almeida... Oh! Céus!
RUA, de Guilherme de Almeida, com fotos de Eduardo Ayrosa. SP, 1961, Livraria Martins Editora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário