Quando passo pelo largo, os pombos estão sempre por lá observando o movimento – muito interessados em localizar alimento – e me lembro de “Os pássaros” (1963), filme de Alfred Hitchcock, em que antes dos ataques à cidade as aves se alinham nos fios das ruas. Claro que Hitchcock não usou pombos, mas corvos, mais assustadores e quase sempre associados a mau agouro. (Nunca vi um corvo, exceto em fotos, filmes e desenhos do Faísca e Fumaça.) De pombos gosto muito. Esta foto foi tirada há bastante tempo, mas o ponto de reunião está quase sempre lotado – uns cuidam da higiene, outros parecem morgar; os curiosos observam os vizinhos – indiscretos ou flertando? Há até o adepto do velho provérbio “antes só do que mal acompanhado” e observa os semelhantes de uma luminária. Ou talvez só aguarde um espaço para se juntar ao bando.
Recentemente, li um livro sobre urbanismo em que o autor faz uma comparação curiosa entre humanos e essas aves. De acordo com ele as pessoas que procuram um banco ou lugar para se sentar deixam um espaço entre si, sem interferir na individualidade do outro.
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