Quase ninguém sabe quem ele é, entretanto,
milhões de pessoas falam seu nome diariamente pelo Brasil. Era francês; na década
de 1870, ainda bem jovem veio para o Brasil, estabelecendo-se no Rio de Janeiro
onde criou uma empresa de limpeza – aliás, como bom observador, percebera que limpeza
não era exatamente uma qualidade da cidade. Quando o lixo se tornou um sério
problema de saúde pública, o Ministério do Império instituiu a limpeza
sistemática das ruas Rio e no dia 10 de outubro de 1876 foram
contratados os serviços de Aleixo Gary para cuidar da limpeza pública do Rio de
Janeiro e transportar todo o lixo para a ilha de Sapucaia, na baía da Guanabara.
Os trabalhadores da limpeza eram populares na cidade e os cariocas referiam-se
a eles como os “os meninos de Gary” e com o tempo eles passaram a ser chamados apenas
de “Garys”. O nome se popularizou. Essa é a origem da palavra
gari – um ótimo exemplo de metonímia para as aulas de Português da garotada.
O contrato de Aleixo Gary durou até 1891 – já no período republicano, mas o pessoal da limpeza pública continua firme e forte até hoje levando, sem saber, o nome dele pelas cidades brasileiras num trabalho sem fim, já que as pessoas continuam ignorando as boas maneiras e jogando o lixo onde não deve. No Dia do Trabalho, uma homenagem a esses trabalhadores anônimos que participam de nossas vidas e que a maioria da população nem um bom dia lhes deseja. A escultura faz parte de um conjunto em homenagem aos trabalhadores terceirizados de São Paulo, na Praça Marechal Deodoro, obra de Murilo de Sá Toledo.
Em tempo: as ilhas de Sapucaia, dos Pinheiros, de Bom Jesus e do Fundão foram aterradas na década de 1940 para a construção da Cidade Universitária.
Foto: Otávio Ástor Vaz Costa.
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