segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

DA TAIPA AO CONCRETO

Região da Av. Paulista. Foto : Caldeyro Stayano, 5/2008.



Uma imagem paulistana que desperta sentimentos contraditórios, mas é enganosa. Se vista do céu parece desumana, entretanto, ao rés do chão a vida não poderia ser mais fervilhante. Em meio aos arranha-céus, ainda restam alguns casarões dos tempos do café; a Mata Atlântica dá o ar de sua graça nos Parques Mario Covas e Trianon. Ao lado de lugares caros barzinhos não se intimidam, espalham-se e reúnem uma síntese da população que se distribui pelas calçadas. A região da Avenida Paulista é um turbilhão. Hotéis, restaurantes, museu e teatro, cinemas, colégios e faculdades, igrejas, centros culturais, galerias, shoppings e até hospital. Ela é o que você vê e o que não vê. À luz do sol ou sob a garoa dos dias mais amenos, pedestres, ônibus, carros de todos os tipos, motos e bicicletas disputam a passagem; mas um mundo subterrâneo trepida quando outra multidão se locomove de metrô entre leste e oeste da cidade. Nesse espaço subtérreo, entre uma composição e outra, há comércio, música e espaço para obras de arte. Várias vezes por dia o ar poluído se agita quando helicópteros cortam o céu para pouso ou decolagem em um dos vários heliportos da região ou simplesmente pairam no ar como imensas varejeiras. A Avenida Paulista é mais do que a cara de São Paulo, ela é o retrato do Brasil, com todas as suas diferenças e similaridades. Rico ou pobre, nativo ou e migrante, todos estão aqui. Problemas? Proporcionais, mas nem por isso gosto menos de São Paulo. 
São Paulo, 462 anos. 

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