Região da Av. Paulista. Foto : Caldeyro Stayano, 5/2008.
Uma
imagem paulistana que desperta sentimentos contraditórios, mas é enganosa. Se
vista do céu parece desumana, ao rés do chão, entretanto, a vida não poderia ser
mais fervilhante. Em meio aos arranha-céus, ainda restam alguns casarões dos
tempos do café; a Mata Atlântica dá o ar de sua graça nos Parques Mario Covas e
Trianon. Ao lado de lugares caros barzinhos não se intimidam, espalham-se e
reúnem uma síntese da população que se distribui pelas calçadas. A
região da Avenida Paulista é um turbilhão. Hotéis, restaurantes, museu e
teatro, cinemas, colégios e faculdades, igrejas, centros culturais, galerias,
shoppings e até hospital. Ela é o que você vê e o que não vê. À luz do sol ou
sob a garoa dos dias mais amenos, pedestres, ônibus, carros de todos os tipos,
motos e bicicletas disputam a passagem; mas um mundo subterrâneo trepida quando
outra multidão se locomove de metrô entre leste e oeste da cidade. Nesse espaço
subtérreo, entre uma composição e outra, há comércio, música e espaço para
obras de arte. Várias
vezes por dia o ar poluído se agita quando helicópteros cortam o céu para pouso ou
decolagem em um dos vários heliportos da região ou simplesmente pairam no ar
como imensas varejeiras. A Avenida Paulista é mais do que a cara de São
Paulo, ela é o retrato do Brasil, com todas as suas diferenças e similaridades.
Rico ou pobre, nativo ou imigrante, todos estão aqui. Problemas? Proporcionais,
mas nem por isso gosto menos de São Paulo.
São Paulo, 462 anos.
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