Pode-se dizer que a esquina da Praça
Marechal Floriano com a Avenida Rio Branco, na Cinelândia, é privilegiada em
matéria cultural: de um lado há o Teatro Municipal, do outro o Museu Nacional de
Belas Artes e, em frente, a Fundação Biblioteca Nacional. O belo
prédio em estilo eclético projetado por Adolfo Morales de los Rios (1858-1928)
foi construído em 1908 para sediar a Escola Nacional de Belas Artes. Em
1937, o presidente
Getúlio
Vargas (1882-1954) criou o museu, que se instalou na Escola de
Belas Artes
que em 1976 foi transferida para a Ilha do Fundão; mas a vaga foi ocupada pela
Funarte até 2003, quando Museu Nacional de Belas Artes passou a ocupar
integralmente o prédio.
O acervo do Museu Nacional de Belas Artes, que tem a
maior e a mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, compõe-se
de setenta mil itens – pinturas, gravuras, desenhos, esculturas, objetos,
documentos e livros. O acervo do museu se formou com peças da coleção de D.
João VI deixadas por ele quando partiu do Brasil; pinturas trazidas pelo chefe
da Missão Artística Francesa, Joaquim Lebreton (1760-1819),
e os trabalhos pertencentes ou produzidos no Brasil pelos membros da Missão. Ao
longo de sua história foi crescendo com aquisições e doações. A
peça mais antiga da coleção, por exemplo, é um busto em mármore de Antínoo,
favorito do Imperador Adriano. A peça, doada pela imperatriz Tereza Cristina à
Academia Imperial, é de 130/138 d.C.
A
coleção está subdividida em Pintura Brasileira e Estrangeira, Desenho
Brasileiro e Estrangeiro, Escultura e Arte Africana, Gravura Brasileira e
Estrangeira, Coleções Especiais (Arte decorativa, Arte Popular, Mobiliário,
Medalhística, Numismática, Arte Indígena), Fotografia e Novas Linguagens. A
coleção de pintura brasileira tem mais de três mil obras que abrangem a segunda
metade do século XVII até a atualidade. Entre os pintores
brasileiros do século XIX e início do XX destacam-se Eliseu Visconti – um dos
precursores do Impressionismo no Brasil; Vítor Meireles, Pedro Américo, José
Correia de Lima, Rodolfo Amoedo, Belmiro de Almeida, Modesto Brocos, Henrique
Bernardelli, Antonio Parreiras e Almeida Júnior.
Em
1816 D.
João criou a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios para estabelecer o ensino
artístico no Brasil. No mesmo ano chegou ao Brasil a Missão Artística Francesa,
chefiada por Joaquim Lebreton e formada pelos pintores Jean-Baptiste Debret
(1768-1848) e Antoine Taunay (1755-1830), o escultor Auguste-Marie Taunay
(1768-1824), o gravador Charles-Simon Pradier (1783-1847) e
o arquiteto Grandjean de Montigny (1776-1850) entre outros. Um dos objetivos da
Missão era criar a Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), o que só se
concretizou em 1826. Com o advento da República, a Academia se transformou na
Escola Nacional de Belas Artes.
Visitas
de terça-feira a sexta-feira das 10 h às 18 h; sábados, domingos e feriados,
das 12 às 17 horas. Ingressos: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia). Grátis aos domingos.
Endereço: Avenida Rio
Branco, 199. Metrô Candelária.
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