sábado, 30 de janeiro de 2016

PALÁCIO PEDRO ERNESTO
 É possível marcar uma visita ao Palácio Pedro Ernesto, outro prédio em estilo eclético que enfeita a Cinelândia. Aliás, já foi chamado de “Gaiola de Ouro” por um historiador por causa do alto custo da sua construção – duas vezes mais do que a obra do Teatro Municipal ali do lado: 23 mil contos de réis. Vale a pena conferir, pois se trata da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O projeto do arquiteto Heitor de Mello (1875-1920) foi desenvolvido por Archimedes Memória e Francisco Couchet, quanto Mello faleceu. A construção estendeu-se de 1919 a 1923. A inauguração ocorreu durante a gestão do prefeito Carlos Sampaio (1861-1930).
Durante muito tempo o legislativo carioca não teve endereço próprio e antes do Palácio Pedro Ernesto ocupou 14 imóveis e entre eles a Casa de Câmara de Cadeia no Morro do Castelo (1567-1637), uma casa ao lado da Igreja de São José (1636-1736), a Cadeia Velha (1736-1787/1792/1808), o Arco do Telles no Largo do Paço (1787-1790), Paço Municipal no Campo de Santana (1825-1874), o Palácio do Campo de Santana (1882-1896) e o Liceu de Artes e Ofícios (1919-1923).
O nome do palácio é uma homenagem ao pernambucano Pedro Ernesto Rego Batista (1884-1942) que foi interventor do Distrito Federal, nomeado pelo presidente Vargas (1931 a 1934), e mais tarde tornou-se o primeiro governante eleito da historia da cidade embora de forma indireta, ocupando a prefeitura de 1935 e 1936. Muito popular, chegou a ser cotado para a Presidência da República, quando foi preso sob a acusação de ser comunista. No patamar da escadaria em frente à entrada principal do prédio há um busto de Pedro Ernesto, obra de Pinto do Couto.
A Câmara tem um belo acervo artístico em que se destacam o tríptico de 50m² sobre as obras de saneamento e urbanização do Rio de Janeiro, criação de Eliseu Visconti. Os gabinetes da Presidência, da Primeira Vice-Presidência e da Primeira Secretaria têm painéis do pintor Carlos Oswald, com cenas de época. No Salão Nobre ou Salão de Festas, sobressaem o mobiliário em estilo Luiz XV e os espelhos de cristal. As pinturas impressionistas do teto são dos irmãos Carlos e Rodolfo Chambelland, enquanto os medalhões laterais foram pintados por Carlos Oswald. Na varanda, um painel em alto relevo de José Correa Lima (1878-1974) representa as atividades que contribuem para o desenvolvimento da cidade.  
No Plenário, onde atuam os 51 vereadores, são elementos de destaque a cúpula com vitral dos irmãos Chambelland e pendentes de Roberto Mendes e o painel de Rodolpho de Amoêdo – uma alegoria à fundação do Rio de Janeiro. Merecem atenção o quadro “Suplício de Tiradentes” e os painéis de Roberto Mendes. São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro não foi esquecido: a imagem do santo ocupa um dos nichos laterais do saguão principal do Palácio Pedro Ernesto. Outro é ocupado por imagem de São Jorge. Ambas são obras de Tito Enrico Bernucci.

O endereço do Palácio Pedro Ernesto é Praça Floriano, s/nº e as visitas devem ser agendadas pelo site da Câmara (http://www.camara.rj.gov.br/).  Foto: H. Araújo.


A Câmara e ao lado o bar "Amarelinho", fundado em 1921.

         

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