LONGE
DE CASA
A jovem parou e olhou em torno em dúvida, mas o
que me chamou a atenção foi o que ela trazia nas mãos. Algo que reconheci e
prontamente me identifiquei com ela. Quantas vezes já me vi em situação igual e
sempre encontrei alguém para me guiar! O que ela trazia nas mãos era um mapa
grande de Sampa. E, portanto, quando ela pediu informação, retribuí do mesmo jeito.
Com um leve sotaque, disse que procurava a Avenida Vinte e Três de Maio, mostrou
um ponto verde no mapa e tentou dizer o nome do local de destino, mas foi vencida
por um punhado de vogais. A jovem queria ir ao Parque do Ibirapuera. Expliquei que
a avenida não era a opção adequada e depois de me certificar de que pretendia ir mesmo a pé, ensinei-lhe o melhor caminho e despedi-me da jovem alemã, que
fala um português quase perfeito – desde que não esbarre com palavras
indígenas. Ela é da Bavária e passa as férias no Brasil. O sotaque dela não era
de Portugal, como é comum entre os europeus que falam o idioma de Camões.
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