“AI QUE PREGUIÇA!”
Domingo é dia de descanso. Dia em que a
preguiça se manifesta e se arrasta até o início da segunda-feira, quando
finalmente nos abandona com a falta de pressa característica. Para quem
acredita que ela seja apenas uma condição orgânica ou psíquica, vamos nos lembrar
de que ela se materializa no bicho preguiça, originário das Américas Central e
do Sul. Os santistas as conhecem bem, afinal, até meados dos anos de 1970 havia
um grupo vivendo na copa das árvores da Praça dos Andradas, onde sempre aparecia
alguém procurando localizá-las entre as folhagens.
O bicho tem um metabolismo lento que
se reflete nos movimentos e ainda dorme catorze horas por dia! As unhas longas lhe
permitem viver pendurada nas árvores de onde descem a cada sete dias aproximadamente
para fazer suas necessidades fisiológicas. Herbívora, ela tem dentes parecidos
com os de uma serra – na Mata Atlântica, alimenta-se dos frutos da embaúba que
é por isso conhecida como árvore da preguiça. Na cadeia alimentar, é o prato
favorito da onça-píntada, mas também é vitima do homo sapiens como aquele que um dia abateu uma das moradoras
da praça de nossa cidade. Uma lembrança para marcar a Semana do Meio Ambiente,
que começa amanhã.
“Ai que preguiça!” – como diria
Macunaíma.
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“Foi
uma inglesa angular que me chamou a atenção para o fato: preguiça é um bicho
delicado. Aquele andar pautado é para não ferir o espaço por onde caminha. Que
preguiça tem unhas não muito longas e agudas. E ela sabe disso. Mais que para
proteger-se a preguiça usa da lentidão para não magoar o lugar por onde se
move. Pois é por ali que chegará na hora certa, no lugar certo.”
(Poeta
Narciso de Andrade, A Tribuna, Santos.)
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