ENTRE O ATLÂNTICO E A GLÓRIA
Os corpos dos soldados da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), que morreram em ação na Itália durante a II
Guerra Mundial, encontram-se no mausoléu que compõe o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra
Mundial no Rio de Janeiro.
A ideia de erigir o monumento foi do
comandante da FEB, marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes
(1883-1968). Foi lançado um concurso nacional, ganho pelos arquitetos Marcos
Konder Netto (1929) e Hélio Ribas Marinho. O local escolhido para a implantação
do Parque Brigadeiro Eduardo Gomes soa até poético: entre o Atlântico e a
Glória. Aliás, essa foi a proposta dos arquitetos: integrar o monumento à paisagem
da baía da Guanabara. Ele abriga em seus 6.850m² o Pórtico Monumental (31 m de
altura) de concreto aparente e o conjunto de esculturas, o Mausoléu e o Museu, além de um jardim e um lago. Alfredo Ceschiatti (1918-1989) é o autor da
escultura dos pracinhas das três armas (Exército, Marinha e Aeronáutica) em granito.
Julio Catelli Filho assina a escultura de metal em homenagem à Força Aérea
Brasileira. Há ainda um painel de azulejos criado pelo arquiteto e gravador Anísio
Medeiros (1922-2003) em memória dos civis, membros da marinha mercante e de
militares que morreram no mar.
Em junho de 1960 o marechal Oswaldo Cordeiro
de Farias (1901-1981), comandante de Artilharia Divisionária da FEB, presidiu e
acompanhou a comissão encarregada de proceder à exumação dos corpos dos
soldados sepultados no cemitério brasileiro de Pistoia, na Itália, e
transladá-los para o Brasil. O grupo retornou ao Rio de Janeiro em 15 de
dezembro. As urnas foram depositadas em jazigos individuais no Mausoléu em grupos
de onze quadras.
Uma das urnas, com despojos não identificados,
foi depositada pelo presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) na base do
Pórtico Monumental e simboliza o “Soldado Desconhecido”.
O Monumento Nacional aos
Mortos da Segunda Guerra Mundial é subordinado à Diretoria do Patrimônio
Histórico e Cultural do Exército – DPHCEx. Exército, Marinha e
Aeronáutica revezam-se na guarda. A troca ocorre na primeira sexta-feira do
mês. Avenida Infante Dom Henrique, 75 – Glória.
O Cemitério de Pistoia tornou-se um memorial da participação do Brasil na
II Guerra Mundial, onde o monumento de Olavo Redig Campos (1906-1984) se destaca
na bela paisagem da Toscana. Fotos: Hilda Araújo.
Os pracinhas de Alfredo Ceschiatt. |
Pistoia, na Toscana: Via delle Sei Arcole, 51100. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário