A COBRA VAI FUMAR
Hoje é o Dia Nacional do
Ex-Combatente, uma data que homenageia os integrantes da Marinha, Exército e
Força Aérea que participaram da Força Expedicionária Brasileira (FEB) enviada à
Itália na II Guerra Mundial (1939-1945). Uma justa homenagem aos 25.334 participantes da Campanha da Itália entre os
quais 67 mulheres, as enfermeiras.
“Levaste na tua sacola
As cores claras da aurora
Levaste no teu bornal
As cores quentes do sol
Levaste no teu fuzil
A fúlgida flor de anil
Da bandeira do Brasil
Para o mundo libertar (...)”
As cores claras da aurora
Levaste no teu bornal
As cores quentes do sol
Levaste no teu fuzil
A fúlgida flor de anil
Da bandeira do Brasil
Para o mundo libertar (...)”
(“O Canto do Pracinha Só”, de Oswald de Andrade.)
O
Brasil declarou guerra à Itália e à Alemanha em agosto de 1942 e decretou em
seguida a mobilização, mas a convocação
só aconteceu em 1943, com a criação da Força Expedicionária Brasileira
(FEB). A FEB foi fruto dos entendimentos entre Vargas e Roosevelt e não teve
apoio dos militares brasileiros que se identificavam com o fascismo. Foi feito
o estritamente necessário para cumprir o acordo entre o presidente norte-americano
e o ditador brasileiro e desde o início ficou patente o desinteresse pelos
convocados. A demora em decidir sobre o embarque tornou-se piada – a população
dizia que “era mais fácil uma cobra fumar do que a FEB lutar”. Os soldados não
perderam o brio e, já no embarque, transformaram o bordão no grito de guerra. Os aviadores preferiram ir à guerra com o brado "Senta a pua!"
Enfim,
o 1º Escalão da FEB – composto por 5.075 homens, incluindo quatro
generais e 1.535 oficiais – embarcou sob o comando do coronel João Segadas
Viana, no navio-transporte americano General
Mann, que partiu do Rio de Janeiro no dia 2 de julho, chegando a Nápoles
catorze dias depois. Em meados de setembro, o 1º Escalão teve seu batismo de
fogo ao lado dos americanos. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, os 2º e 3º
Escalões da FEB embarcavam para a Itália, no navio transporte americano General Meighs (5.239 soldados) e no General
Mann (5.075 homens). As duas embarcações zarparam, no dia 22 de setembro.
No dia 23 de novembro, o General Meighs
transportou mais 4.691 praças e 285 oficiais do 4º Escalão da FEB, sob o
comando do Coronel Travassos. Foram ainda
transportados por via aérea, 44 médicos e 67 enfermeiras, totalizando 25.334
participantes da Campanha da Itália.
“Vou teus irmãos convocar
João, pracinha do Norte
Pedro, pracinha do Sul
Antonio, de Mato Grosso
Ricardo, da Paraíba
Francisco, do Ceará
Negro do cais da Bahia
Mineiro do Sabará (...)”
João, pracinha do Norte
Pedro, pracinha do Sul
Antonio, de Mato Grosso
Ricardo, da Paraíba
Francisco, do Ceará
Negro do cais da Bahia
Mineiro do Sabará (...)”
(“O Canto do Pracinha Só”, de Oswald de Andrade.)
Em oito meses e 19 dias de luta, a FEB
perdeu 443 homens entre soldados e oficiais e cerca de três mil foram feridos
em batalha. As forças brasileiras fizeram 20.573 prisioneiros – entre eles dois
generais, o alemão Otto Fretter e o italiano Mario Carlonio. Os
historiadores ressaltam a participação da FEB nas batalhas de Monte Castelo,
Castelnuovo-Soprasasso, Montese (a mais sangrenta) e Fornovo di Taro (três meses
de luta em pleno inverno europeu).
Um
pouco do cotidiano da cidade de Santos (SP), no período da II Guerra Mundial,
encontra-se no meu livro:
Disponível
na Livraria Nobel, Shopping Parque Balneário, Santos, e no site http://www.comunnicar.com.br/
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