MANUAL
DO PENINHA
Bem
na época em que se discute a qualidade do jornalismo que se pratica mundo
afora, não é que aparece nas bancas de jornal o MANUAL DO PENINHA? Relançamento
da publicação de 1973 (Editora Abril), que guardo porque, apesar de destinado
ao público infantil, é muito bem feito. Naturalmente, o mundo mudou bastante e
as novas tecnologias deram um dinamismo extraordinário ao jornalismo, embora os
grandes meios de comunicação ainda não lidem bem com as novidades. Na capa, o repórter
atrapalhado carrega um jurássico gravador... Na contracapa, imaginem, ele usa
outra ferramenta que já faz parte de museu: a máquina de escrever. Não comprei a
nova edição, mas com certeza as inovações do final do século XX e início do XXI
devem fazer parte da publicação.
Na
edição DE 1973, há um capítulo intitulado “O JORNAL DO FUTURO”, onde o redator
já previa algumas das importantes mudanças que hoje são corriqueiras e ao
alcance de qualquer pessoa que tenha um PC, TABLET ou outra geringonça eletrônica.
“Uma tarefa do jornalismo que ainda consome muito tempo é a complementação da
notícia, a pesquisa, a consulta aos arquivos. No futuro, os arquivos serão
eletrônicos. Todos os dados de uma biblioteca estarão armazenados ‘na memória’
de possantes computadores. Se, por exemplo, um redator quiser escrever sobre o
último campeonato mundial de futebol vencido pelo Brasil, ele só terá que pedir
ao computador – falando ou por escrito – o que deseja saber. Segundos depois, os
dados serão impressos ou então projetados numa televisão de circuito fechado. E
ele logo saberá tudo sobre o assunto.“
Naqueles
longínquos anos do século passado, o redator citava o caderno de jornalismo do JORNAL
DO BRASIL, do Rio de Janeiro, que ironizava a situação: “no futuro um cérebro
eletrônico poderá editar um jornal ou uma revista. O único problema do diretor
será ao sair da redação no fim do expediente diário, chamar um contínuo e
dizer: ‘Por favor, Percival, não se esqueça de colocar óleo no redator-chefe’”.
Em 2010 o JORNAL DO BRASIL, fundado em
1891, não diria que passou desta para melhor, mas mudou para o mundo digital...
O
artigo termina acalmando os candidatos a repórter daquela época: “por mais
aperfeiçoadas que sejam, as máquinas não poderão fazer tudo no jornalismo e
haverá sempre a necessidade da ‘cuca’ de
um bom jornalista para colher, escrever e analisar os fatos. A não ser, é
claro, que algum Professor Pardal invente um jornalista eletrônico'”.
O
personagem Peninha (Disney), um pato atrapalhado e distraído, foi criado em
1964 e apareceu pela primeira vez na Itália. Entre as muitas coisas que ele
tenta ser na vida é repórter do jornal A
Patada cujo dono é o Tio Patinhas.
Manual do Peninha: R$
39,90.
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