No princípio, as
pessoas enviavam mensagens por portadores de confiança que faziam longas
caminhadas, usavam montarias ou carruagens quando podiam. E quando o
destinatário recebia a notícia, ela já era bem antiga para os padrões atuais. Os
faraós egípcios usavam o sistema de correio regular para divulgar a legislação
nas diversas cidades, os persas aprimoraram o serviço e os romanos, graças à
extraordinária rede de estradas que implantaram no império, tinham um ótimo
serviço de correio.
Quem não sabe da
lenda do soldado grego que percorreu 40 km entre Maratona e Atenas para
informar a vitória dos atenienses contra os persas e que deu origem à prova
olímpica dos tempos modernos de 42,195 km? O soldado morreu de
exaustão. Os atletas atuais, que não levam mensagem alguma, exceto a da boa
forma física, ganham medalhas e dinheiro após a maratona. A mitologia grega tem um deus que, entre
muitas outras atividades, se dedica a ser o mensageiro dos deuses do Olimpo,
Hermes.
Apesar de todas
as dificuldades, as pessoas continuaram a se corresponder e, evidentemente,
urgente tinha outra interpretação. Um bom exemplo é a administração das colônias
americanas a partir do século XVI, quando uma carta ou documentos levava cerca
dois ou três meses entre a Europa e as Américas, dependendo dos bons ventos, da
pirataria e de bons pilotos. Uma decisão poderia levar mais de um ano...
Muitos e muitos séculos se passaram sem que a situação melhorasse. A invenção
do telégrafo foi fundamental para a melhoria do sistema de comunicação, do
telefone assim como o rádio. Entretanto, foi a aviação que impulsionou o
serviço de correios no mundo e os primeiros voos transcontinentais carregavam
malas postais.
Folhas de papel e uma caneta ou lápis bastavam para as pessoas derramarem
seus sentimentos, preocupações e pensamentos mais íntimos, contar histórias e,
sim, fazer fofocas. Bastava um envelope, um selo e o destinatário em algum
lugar do mundo receberia a mensagem que leria com ansiedade, prazer e
curiosidade. O portador era o carteiro, uma figura familiar para todos,
especialmente no tempo em que os prédios de apartamentos ainda eram raros.
No final do século XX, a tecnologia dá novo impulso à era das
comunicações que passam a ser em tempo real. As mensagens ganham um jeito de
telegrama antigo – tudo abreviado, rápido, fugaz... Tudo sem graça, sem calor, sem paixão. As cartas? Ah! As cartas...
“A mensagem”, de Aldo Cabral e Cícero Nunes.
Isaurinha Garcia (1923-1993).
2 comentários:
Para mim, é uma das obras primas da música brasileira. Na voz de Isaurinha, então, nem se fala!!! Tive o prazer de ouvi-la cantar ao vivo, embora já longe dos seus dias de glória.
Concordo com você, Nilton.Isaurinha mesmo longe dos dias de glória, ainda era maravilhosa.
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