quarta-feira, 30 de maio de 2018




A DONZELA DE ORLEANS

Caen, França, 2015.
No dia 31 de maio de 1431, Joana D’Arc foi queimada viva na fogueira, vítima da Inquisição e dos interesses políticos da época. Filha de camponeses e extremamente religiosa, aos 17 anos não hesitou em sair de casa para encontrar o delfim de França e anunciar que ele reinaria. Carlos custou a se decidir (e nisso teve participação a igreja), mas entregou-lhe, um estandarte, uma espada e deu-lhe autorização para acompanhar o exército para lutar pela libertação de Orleans, já sob domínio inglês. Eles chegaram à cidade em 29 de abril de 1429 e em dez dias derrotaram os ingleses, que apoiavam os inimigos do futuro monarca. Joana estava muito à frente do seu tempo, levada ou não pelas vozes que dizia ouvir.
 A Donzela de Orleans, como ficou conhecida, levou o delfim Carlos a Reims, onde ele foi coroado rei como Carlos VII. Joana participou de outras batalhas e de conselhos de guerra. Foi presa em 23 de maio de 1430 durante uma batalha em Margny, sob o domínio dos inimigos do rei e  mais tarde vendida aos ingleses, que a levaram para Rouem (que pertencia na época à Inglaterra). A partir desse momento ela caminha para o fim trágico, com as acusações de heresia que a condenaram à fogueira. Joana tinha 19 anos. Vinte e cinco anos após a sua morte, o Papa Calisto III a reabilitou, mas nem por isso foi se tornou unanimidade – inclusive Voltaire a ridicularizou em um poema satírico (La Poucelle d’Orléans).        
Somente no século XIX seu papel ganha reconhecimento, inclusive em outros países, até que em 1909 foi beatificada e em 9 de maio de 1920, canonizada pelo Papa Bento XV. Enfim, em 1922, é declarada padroeira da França.
No teatro, um belo trabalho é do escritor irlandês Bernard Shaw, que escreveu “Santa Joana”. A peça dá uma boa ideia de como se desenvolveu o processo contra a jovem. O cinema francês registrou a vida de Joana em várias ocasiões: a primeira em 1899 – “Jeanne D’Arc”, por George Meliès, e um século depois Luc Bresson dirigiu “The Messenger”. Nos Estados Unidos, a atriz Ingrid Bergman interpretou duas vezes o papel da donzela: em 1948 sob a direção de Victor Fleming e em 1954, dirigida por Roberto Rossellini. Três anos depois foi a vez de Otto Preminger também abordar a vida de Joana, interpretada por Jean Seberg.

Flores para Joana, Paris, monumento junto à rue de Rivoli, Dia da Vitória (II Guerra), 2015.


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