De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:
‒Cristo nasceu!
O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:
‒ Aonde? Aonde?
Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:
‒ Em Belém! Em Belém!
Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:
‒ Foi sim que eu estava lá!
E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: ‒ É mentira!
Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.
O pombal todo arrulhava:
‒ Cruz credo! Cruz credo!
Brava
A arara a gritar começa:
‒Mentira? Arara. Ora essa!
‒ Cristo nasceu! - canta o galo.
‒ Aonde? - pergunta o boi.
‒ Num estábulo! - o cavalo
Contente rincha onde foi.
Bale o cordeiro também:
‒ Em Belém! Mé! Em Belém
E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.
domingo, 20 de dezembro de 2020
NATAL
Rio de Janeiro, 1962.
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