Sexta-feira, no meio da tarde, em plena rua Vergueiro, calçada
lotada de estudantes do Etapa em intervalo de aulas, aproveitavam o sol. A moça,
uns 30 anos se tanto, usando máscara, passou por entre os jovens e me abordou
toda simpática, como se fôssemos velhas amigas. “Olá, como vai a senhora? Passeando?”
Não a reconheci, mas eu estava de bom humor e retribui o cumprimento, disse que
ia resolver problemas e pretendia seguir meu caminho, mas ela continuou, apesar
de não ter me mostrado tão entusiasmada como ela com o encontro. “A senhora não
está me reconhecendo, não é? Sou do banco”. Por mais distraída que eu seja e
apesar da máscara, com certeza não era do banco. Disse que ela estava me
confundindo com outra pessoa. Garantiu
que não, nos conhecíamos do BB, sorri e disse que não tenho conta no BB, mas
ela não perdeu a linha: tinha saído do BB e estava no Bradesco. Já certa de que
a figura tinha todas as más intenções, não desmenti. Em seguida me perguntou se eu já tinha ido
atualizar meu cartão de crédito e, quando me mostrei surpresa com a novidade,
ela “explicou” que era medida recente e aquele era o último dia para fazer o
procedimento e se não o fizesse o cartão seria bloqueado. Ela pareceu realmente
preocupada – acho que até mais quando eu disse que passaria na agência para
resolver o “problema”. Então a esperta me informou que a agência estava fechada
para desinfecção do COVID e muito solícita me perguntou se eu me lembrava do
número do cartão para ligarmos e tentar regularizar a situação. Sorri e disse
que não tinha ideia do número do cartão. “Vão bloquear” – avisou com cara de
pena pela minha futura situação. “Não faz mal, se bloquearem terão que
desbloquear e nesse período não gasto, economizo. Segunda-feira resolverei. Tchau.
Um ótimo fim de semana para você.” E lá fui eu, certa de que ela era uma
golpista frustrada. Ontem passei no banco por outro motivo e conversei com a
gerente, que ficou surpresa com o novo golpe. Então, amigos, cuidado!
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