Como
o sol havia voltado, pensei em ir até lá para conhecer o Parque Zilda Arns que
tem sete quilômetros de extensão. O melhor caminho é sempre o metrô: fui até a
estação Vila Prudente e embarquei no monotrilho – Linha Prata com destino ao
Sapopemba. Até aí nada demais porque em 2014, quando o metrô promoveu visitas
do público às duas primeiras estações prontas fui conhecer a novidade.
Parece que esta é a única linha de monotrilho operando no Brasil e a primeira no mundo destinada ao transporte público com alta capacidade. Ao contrário do sistema tradicional em que os trens correm sobre dois trilhos, neste caso é usado um único trilho. Como as estações são elevadas – a altura varia entre doze e quinze metros, e os vagões têm janelas mais amplas, é possível ter uma visão panorâmica da região. O trem trepida de vez em quando. A surpresa foi a quantidade de conjuntos habitacionais ao longo do percurso, mas escapam da vista as calçadas. Foi apenas quando vi do lado oposto o trem sobre as pilastras em direção à Vila Prudente, dando a impressão de que está solto, que me lembrei de que estava bem longe do solo. Uma bonita imagem.
No
terminal da estação Sapopemba, ninguém conhece o Parque Zilda Arns. Insisto no
número que peguei na internet. Indicam um ônibus que vai para o Belém. Belém? “A
senhora senta ali na frente e vai olhando a numeração” – aconselha o motorista
gentilmente. São Paulo consegue ser sempre surpreendente. Por ser imensa,
ignoramos muito sobre ela. O trabalho paisagístico dado à avenida no trecho por
onde passa o monotrilho diminui o impacto da obra no ambiente: arborização
ladeia a ferrovia suspensa e sob ela há uma ótima ciclovia. Do parque nem sinal.
O monotrilho segue por um lado e o ônibus pela avenida famosa. Resolvo
continuar até o Belém, onde pegarei o metrô. Enquanto observava o comércio, as
pessoas em suas rotinas para lá e para cá, lembrei-me de uma palavrinha que,
por preguiça, não anotei: linear, e da informação de que o parque tem sete
quilômetros de ‘extensão’. Claro que eu havia passado pelo parque – já que um
parque linear acompanha rios, canais e até uma via expressa! A questão é que um
dia terei que voltar para conhecer melhor as outras atrações, além da ciclovia,
que ele oferece.
2 comentários:
Muito bom! Vivendo e aprendendo. Quando adolescente, costumava passar uns fins de semana em Ribeirão Pires, no sítio do meu avô. Para chegar ao tal sítio, na estação ferroviária pegávamos um ônibus que ia por uma estrada cujo destino era... Sapopemba!
Bom dia, Nilton. Gosto de saber que desperto lembranças familiares com os registros que faço aqui. Era estrada mesmo que ligava o centro da cidade à zona rural e entrando no município vizinho. Foi o Jânio Quadros, quando prefeito em 1954, que mudou a classificação de estrada para avenida.
Postar um comentário