A GELADEIRA (ICEBOX)
Ontem,
terminei o dia assistindo a “Doidos milionários” (My man Godfrey), comédia de 1936, dirigida por Gregory La Cava,
estrelado por Carole Lombard (1908-1942) e Wiliam Powell (1892-1984). Carole
Lombard foi indicada ao Oscar de melhor atriz pelo papel – um exagero. Gosto
demais de filmes antigos, especialmente em preto e branco. Clássicos ou não. Divirto-me
também vendo como era o estilo de vida das pessoas, o que o cinema sempre
reproduz de forma impecável, na maioria das vezes.
E
nesse filme vi a geladeira que fez parte da minha infância. Sempre me sentia frustrada porque nenhum dos
meus amigos se lembra desse objeto. Ela era de madeira, exatamente como um
móvel; precisava ser abastecida todos os dias com as pedras de gelo embrulhadas
em jornal deixadas na soleira da porta da rua pelo entregador. A do filme é
muito sofisticada – afinal, era uma casa de milionários. Descobri que era
chamada de “icebox”.
A
partir daí pesquisei na internet e encontrei dois modelos parecidos (acho que a
nossa era mais larga e baixa), restaurados. Um deles à venda pela bagatela de
R$ 3.800! Se minha avó soubesse...
A
de casa foi substituída no início dos anos 1950 por uma Frigidaire branca enorme.
Achei no site de Fulginiti Neto um
modelo parecido lindamente restaurado. (Acho que a nossa geladeira era quadrada, mais
baixa e larga e a divisão interna diferente, mas o tempo passa e a memória nos
engana.)
Fotos do restaurador do RS:
2 comentários:
Havia uma geladeira como a que você descreve no armazém de secos e molhados do meu pai. Em casa, nem pensar! Lembro bem das pedras de gelo deixadas no porta: na verdade, pedaços (1/3 ou 1/4) já que as pedras que saiam da fábrica não caberiam na geladeira. A fábrica de gelo ficava a um quarteirão da minha casa, na rua João Éboli (continuação da Pêgo Júnior) esquina de Senador Feijó. A fachada era de granito preto (é o que registra minha memória de menino) e havia uma janelinha de onde as pedras de gelo saíam para uma canaleta de madeira - removível para não atrapalhar o trânsito de pedestres - pela qual as pedras deslizavam desde a janelinha até os caminhões de entrega.
Nilton, outro dia passei pela antiga fábrica de gelo. Está abandonada, mas felizmente não cedeu lugar à corrida imobiliária. Nunca soube desses detalhes da fábrica. Lembro apenas das pedras na soleira da porta de casa. Quanta coisa nos escapa...Obrigada por compartilhar as lembranças da infância.
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