sexta-feira, 1 de julho de 2016

GATOS, PARDAIS E RATOS.
Os santistas costumam zombar do prefeito Osvaldo Justo (1926-2003), que resolveu combater os ratos dos jardins da praia de Santos com um batalhão de gatos. Nada original. No início do século XX, o prefeito Francisco Pereira Passos (1836-1913), famoso por ter remodelado o Rio de Janeiro (1902-1906), foi pioneiro republicano nessa matéria. A Cidade Maravilhosa vivia (como Santos) sob o terror da febre amarela e de outras graves doenças epidêmicas, que dizimavam a população. Pereira Passos mandou então importar da Europa pardais para que comessem os mosquitos da febre amarela enquanto tornavam a cidade mais atraente...
Nessa mesma ocasião, o diretor geral da Saúde Pública do Rio de Janeiro, o renomado cientista Osvaldo Cruz (1872-1917), criou uma brigada de mata-ratos, formada por cidadãos voluntários. A tarefa de cada um era apanhar cinco ratos e, para cada roedor acima desse número, o voluntário recebia 300 réis do Governo. O ingênuo Osvaldo Cruz não contava com o empreendedorismo da malandragem tupiniquim, que logo iniciou um rendoso negócio: a criação doméstica de ratos para vender ou trocar o bicho morto por dinheiro. Denunciado o golpe, parece (nunca se sabe) que foi todo mundo preso. As epidemias só acabaram mesmo com a vacinação geral da população.
Mas parece que o Imperador D. Pedro II teria iniciado essas ações pouco ortodoxas em questões ambientais.. Em 1856, após a terrível seca que assolou o Ceará, D. Pedro II decidiu trocar cavalos e jegues da região por dromedários. E assim foram comprados da Argélia 14 dromedários, que viajaram 38 dias até chegar ao sertão cearense. Vieram com tratadores especializados que partiram após treinarem o pessoal brasileiro. Embora os animais tenham se adaptado ao clima e logo parido seis filhotes, não duraram muito tempo. O jegue, por sua vez, segue por lá firme e forte.





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