QUEM É QUEM?
Você
vai caminhando pelo Pacaembu e tropeça com um misterioso Wendel Wikie. Ou em
uma esquina da Praça da República se depara com um solitário Araújo. Quem serão
essas pessoas que mereceram ter seus nomes em ruas da cidade? Dar nomes de pessoas
a logradouros públicos é uma escolha de péssimo gosto exceto quando se trata de
heróis nacionais e locais; porém, como esta é uma opção nacional, poderia ser
pelo menos educativa ou informativa. As placas deveriam conter uma pista sobre
a identidade do cidadão porque a fama é efêmera e, quase sempre a geração
seguinte não tem ideia da importância daquele nome que ele coloca (ainda) em
envelopes ou serve de referência para sua movimentação pela cidade.
O
ideal é que abaixo da identificação do logradouro se colocasse nome completo,
data de nascimento e morte, no que se destacou o personagem: político,
escritor, médico, advogado futebolista, atleta etc. No Rio de Janeiro observei
várias placas com esse sistema.
Wendel
Wikie (1892-1944), por exemplo, foi um político republicano dos Estados Unidos,
que perdeu as eleições presidenciais de 1940 para Franklin D. Roosevelt. O
presidente encarregou-o de uma missão diplomática cujo resultado originou o
livro “One World”, que se tornou um best seller. Os vereadores paulistanos
na época atribuíram-lhe uma praça.
O
Araújo da Vila Buarque é Luís José Ferreira de Araújo (1841-1876), um capixaba
que se radicou em São Paulo depois de se formar em Direito no Largo de São
Francisco; ele foi político e proprietário de terras. Casou-se com Joaquina
Angélica da Silva, filha do primeiro e único barão de Tietê, José Manuel da
Silva (1793-1877), que presidiu interinamente por três vezes a Província de São
Paulo. A rua com o nome dele está situada em terras que lhe pertenceram.
(Fonte: Dicionário de ruas de São Paulo, Arquivo Público de São Paulo.)
Bom
mesmo é passar por ruas como a Boa Vista (Centro), das Flores (Sé), dos Perdões
(aclimação), Poesia, Ametista (Liberdade), Saturno (Aclimação), Sol (Tremembé)
Pitangas (Vila Maria), Poeta Aprendiz (Cidade Ademar), das Orquídeas (Perus)
entre tantas outras. Há bairros quase temáticos. Pedras preciosas, por exemplo,
encontram-se nas ruas da Aclimação; aves em Indianópolis; madeiras, no
Jabaquara; muitos heróis de 1932 estão no Butantã (MMDC – Martins, Miragaia,
Dráuzio e Camargo). E assim a cidade vive!
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