quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A ARTE CORREIO
A arte correio, surgida nos anos de 1960, de acordo com Paulo Roberto Barbosa Bruscky, oferecia uma série de possibilidades para explorar e veicular o trabalho artístico – o envelope como obra, o conteúdo, o postal, o aerograma, o telegrama e o telex. “O genial da arte correio é que existia uma corrente e o Correio era o único meio de comunicação incontrolável (...).” A XVI Bienal de São Paulo teve uma sala de arte postal, que gerou muita polêmica. Em um trabalho para a UNICAMP sobre a exposição, Carolina Tiemi Odashima (bolsista na época) explicava que a arte postal se caracteriza “por seu valor subversivo, político, marginal democratizante, pela lógica do quantitativismo, da efemeridade e da transitoriedade”.  

A arte correio fez um grande sucesso no mundo todo, não se prendia a questões de nacionalidade; as pessoas engajadas no movimento se empenharam em não quebrar essa corrente, pois ela permitia discussões sistemáticas. Os artistas participantes da corrente em todo o mundo muitas vezes nem se conheciam e por meio da arte denunciavam governos ditatoriais, as ações contra a liberdade de expressão e assim obra era a informação, segundo Bruscky, que foi preso por causa de seu trabalho. Museus e os colecionadores buscam a comprovação dessa troca de informação, “mas a obra em si não era palpável, era essa troca de informação e essa resistência no mundo todo”.


Para aprofundar o tema:

enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7783/paulo-bruscky  
www.museudapessoa.net/pt/conteudo/pessoa/paulo -roberto-barbosa-bruscky-4063

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