O PENSADOR DE KÖNIGSBERG
Immanuel
Kant (1724-1804) nasceu,viveu, pensou e morreu em Königsberg, uma cidade
fundada em 1255 e que em meados do século XV passou a fazer parte da Prússia
Oriental. Immanuel foi o quarto dos nove
filhos de um artesão, que produzia correias para carroças. Recebeu educação
severa e teve formação luterana. Não foi um estudante brilhante; gostava mesmo de
jogar bilhar. Quando o pai morreu, começou a lecionar nas vilas próximas para
se manter; foi professor secundário de Geografia e continuou os estudos,
formando-se em Filosofia, Matemática e Física na Universidade de Königsberg,
onde mais tarde ensinou Ciências Naturais.
O
professor levava uma vida simples e pacata. Era um homem tão metódico que a
população de Königsberg costumava acertar os relógios quando o avistava a caminho
da universidade: passava pontualmente na mesma hora e seu trajeto incluía sete
pontos da cidade. Nunca se explicou o motivo do estranho itinerário. Kant não
se casou. Sua paixão era o conhecimento, mas não dispensava uma boa conversa,
uma partida de bilhar e uma taça de vinho.
”Não
me vejo como os outros me veem, uma vez que o espelho me devolve sempre uma
imagem invertida. Tampouco vejo o mundo exatamente como os outros o veem. E
ninguém pode ver o mundo como ele é em si mesmo!” Immanuel Kant escreveu “Crítica
da Razão Pura”, um marco da moderna filosofia, aos 57 anos. Uma obra em que ele
trata das duas formas possíveis de conhecimento – o empírico e o universal.
À
primeira vista escrever sobre Kant para jovens pode parecer um desafio ingrato;
entretanto, Jean Paul Mongin conseguiu contar um pouco sobre o pensador alemão
de forma bem simpática em seu livro “O Dia Muito Louco do Professor Kant”, que tem
ilustrações de Laurent Moreau. E de início Mongin já informa: “Dizem que Deus
criou Immanuel Kant num dia que estava à cata de um parceiro para jogar xadrez”.
Kant
ficaria um pouco confuso se soubesse que sua cidadezinha, após a II Guerra
Mundial (1939-1945), passou a fazer parte da União Soviética, recebendo o nome
de Kaliningrado e, atualmente, é um enclave russo à margem do Mar Báltico.
O
livro tem dois anacronismos. Kant jamais teve um relógio de pulso porque a peça
só surgiria uma década depois da morte dele. Nietzsche realmente referia-se a
Kant como “o grande chinês de Königsberg”, mas o filósofo não poderia saber,
uma vez que Friedrich Nietzsche nasceu em 1844.
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