quarta-feira, 9 de novembro de 2016

VAMOS AO MAR A PÉ?

A ideia surgiu de repente, bem em frente à Associação Atlética Portuguesa Santista: que tal caminhar até a praia tentando reencontrar paisagens antigas? Resolvo contornar o morro do Marapé e sigo pela Rua Joaquim Távora. Ali, ao rever a sede da Associação dos Portuários, lembro-me da entrevista com Aguinaldo Timóteo, aproveitando o show que deveria fazer num sábado de 1986 às 23 horas no clube; mas o astro e entourage chegaram mesmo às 3 da manhã de domingo! Ele querendo uma exótica coxinha antes de se apresentar! A entrevista rendeu algumas pérolas do candidato à Assembleia Constituinte. 

Os chalés me despertam atenção – ainda há muitos. Construções típicas de Santos, que aos poucos vão desaparecendo. Eles são de madeira e, em alvenaria, apenas banheiro e cozinha. E sempre têm um quintal simpático no entorno. Muitos foram deformados com obras de ampliação – como uma operação plástica mal feita; outros estão abandonados; há vários em ótimas condições. 

Um desvio de percurso me leva à Rua São Judas Tadeu, onde encontro a sede do Grêmio Recreativo Escola de Samba União Imperial, uma entidade quarentona que resultou da união dos carnavalescos do Marapé e Vila Mathias. E lá estão os restos de um carnaval que passou... Parece que já começaram os ensaios para o próximo.


 



A Rua Nilo Peçanha tem características muito distintas: no início, onde fica o Cemitério Memorial, está razoavelmente urbanizada; mas alguns metros adiante torna-se bastante estreita e irregular; depois sofre uma brusca interrupção para retornar bem adiante no ponto em que o canal aflora. Nesse ponto, a rua está inteiramente urbanizada e muito bem conservada.



O rapaz observa a jovem que sobe o Morro do Marapé sob o sol escaldante de terça-feira. A escadaria da Rua Dom Duarte Leopoldo é uma das muitas que os moradores usam, embora exista condução pela Avenida Antonio Manoel de Carvalho.














O passeio está quase chegando ao fim: lá está a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, repleta de oferendas, pertinho do Clube dos Ingleses onde um cartaz convida para uma noitada na BLOW UP, boate que fez a alegria de muitas gerações santistas: "Rock is alive". Ali pertinho abre-se o Túnel do trem (FEPASA) que agora é do VLT. O Morro já é do José Menino. As pessoas insistem em se arriscar e continuam fazendo as travessias proibidas. Depois se queixam da falta de sorte... O mar é logo ali, no final da Rua Santa Catarina e que já foi um espaço de pensões para turistas de um dia. 


(Fotos: Hilda Araújo.)

Um comentário:

Nilton Tuna disse...

Belo passeio. Quanta disposição....