quarta-feira, 2 de novembro de 2016

CEMITÉRIO DE COLÔNIA

Hoje é um bom dia para refletir sobre a vida, especialmente, quando se vive em uma época em que a sociedade parece tão hedonista... O município de São Paulo tem 22 cemitérios públicos e 18 particulares. O cemitério mais antigo da cidade chama-se Colônia, localizado em Parelheiros e, talvez, poucos o conheçam. Em 1827 chegaram a São Paulo os primeiros imigrantes alemães: eram 129 famílias que foram assentadas em terreno doado pelo Imperador D. Pedro I em Parelheiros para o estabelecimento de uma colônia agrícola. Ali, foi construído um cemitério com áreas separadas para católicos e protestantes. Durante a II Guerra Mundial ele foi fechado e em 1960, desativado. Entretanto, a Associação Cemitério dos Protestantes promoveu o restauro com o apoio de entidades alemãs e o Cemitério de Colônia voltou a funcionar em 18 de novembro de 2000. Quem quiser visitar: Rua Sachio Nakau, 28.
O mais conhecido cemitério dos protestantes foi criado em 1849 para atender à comunidade que vivia na cidade e não professava o catolicismo – religião que se tornou oficial com a Constituição de 1824. Foram os estudantes do Largo de São Francisco que puseram o dedo na ferida. Em 1841, o jurista alemão e professor da Faculdade Direito Julius Frank faleceu e por ser luterano teve o enterro negado nos cemitérios da cidade. Os alunos não deixaram por menos e providenciaram o sepultamento no pátio interno das Arcadas.
O grave problema só começou a ser resolvido quando Henrich Heirichsen, procurador de diversos estrangeiros, solicitou à Câmara em 1842 a criação de um cemitério para resolver a questão, sendo então designado um terreno no Campo da Luz (Bom Retiro). A autorização saiu apenas em 1843 e a área foi dividida entre católicos estrangeiros e estrangeiros não católicos. Era o Cemitério da Luz, mas a população costumava chamá-lo de "Cemitério dos Estrangeiros", "Cemitério dos alemães", "Cemitério dos Protestantes”. Nessa ocasião, foi criada a Associação Cemitério dos Protestantes, que se tornou uma das importantes entidades mantenedoras de cemitérios e crematórios do Brasil.
Após a inauguração do Cemitério da Consolação em 1858, foram construídos na mesma área o Cemitério Ordem Terceira do Carmo (católico) e o Cemitério dos Protestantes (ecumênico) ambos na Rua Sergipe.




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