SANTOS, 471 ANOS.
Santos,
ainda muito jovem, mas com um passado e tanto. Homenagem carinhosa à minha
cidade com “Palavras ao mar” (trecho) de Vicente de Carvalho (1866-1924).
“Mar, belo
mar selvagem
Das nossas
praias solitárias! Tigre
A que as
brisas da terra o sono embalam,
A que o
vento do largo eriça o pêlo!
Junto da
espuma com que as praias bordas,
Pelo
marulho acalentada, à sombra
Das
palmeiras que arfando se debruçam
Na beirada
das ondas - a minha alma
Abriu-se
para a vida como se abre
A flor da
murta para o sol do estio.
Quando eu
nasci, raiava
O claro mês
das garças forasteiras:
Abril,
sorrindo em flor pelos outeiros,
Nadando em
luz na oscilação das ondas,
Desenrolava
a primavera de ouro;
E as leves
garças, como olhas soltas
Num leve
sopro de aura dispersadas,
Vinham do
azul do céu turbilhonando
Pousar o
voo à tona das espumas...”
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