Conta
uma lenda que Manoel Antônio
Álvares de Azevedo nasceu
na biblioteca da Faculdade de Direito. Na verdade, o poeta nasceu no dia 13 de
setembro de 1831 em um sobrado próximo, na esquina da Rua da Freira com a Rua da
Cruz Preta (Senador Feijó com Quintino Bocaiuva), onde morava o avô Severo Mota.
O filho do estudante de Direito Inácio Manuel Álvares de Azevedo e de
Maria Luísa Mota Azevedo viveu apenas vinte anos e nesse curto período
destacou-se como poeta, contista e ensaísta. “Era o poeta dos gorjeios”, na
opinião do crítico Rodrigues Cordeiro, mas sua poesia também era carregada de
tristeza e melancolia ao estilo de George
Byron (1788-1824) e Alfred Musset (1810-1857), poetas que inspiraram
muitos românticos.
Álvares de Azevedo passava
férias com a família no Rio de Janeiro, quando se acidentou e morreu algumas
semanas em decorrência de uma septicemia. No enterro, Joaquim Manuel de Macedo leu uma das ultimas obras de Álvares de Azevedo “Se eu morresse amanhã”, escrita semanas antes do acidente.
Busto do poeta no Largo de S. Francisco. HPA. |
SE EU MORRESSE AMANHÃ
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
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