Natal foi a grande festa da minha infância.
Embora a família fosse católica, o dia 25 de dezembro era uma confraternização
da família. Nada de troca de presentes entre adultos ‒ estes eram restritos à
criança da casa (no caso eu). Uma reunião familiar e íntima em torno da mesa
farta e simples. Sem árvore de Natal ou presépio ‒ o costume era visitar o que Catedral
de Santos montava todos os anos. Dos tempos da infância todos se foram, mas
permaneceram o encanto do Papai Noel, o perfume das rabanadas banhadas em vinho
e salpicadas de açúcar e canela, o som dos copos se tocando em brindes
inesquecíveis e o sabor da comida temperada com carinho para aquela noite
especial, que iria se repetir no último dia do ano, mas desta vez incluindo três
ou quatro amigos queridos da casa. Acho que este foi o grande presente que a
família me deu.
A infância é apenas uma fase da vida, que se
constitui em um continuo aprendizado. Dos contos infantis que devorei na época, um dos meus preferidos é “Peter Pan”, de Sir James Mattew Barrie
(1860-1937), que os estúdios Disney transformaram num desenho maravilhoso em 1953. A vida é crescimento.
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