O que Cleópatra e Anita Garibaldi têm em comum?
Não apenas a data de nascimento: ambas nasceram em 30 de agosto de eras diferentes, mas as duas deixaram suas marcas na História como guerreiras. Para começar houve muitas Cleópatras, mas foi Cleópatra VII (69 a. C.-39 a. C), a última representante da dinastia de Ptolomeu, que se tornou uma lenda por sua beleza e inteligência, duas qualidades que balançaram o Império Romano. Ou pelo menos Júlio César e Marco Antônio. Ela teve um filho com César e três com Marco Antônio. Quando perdeu o controle do governo do Egito para os romanos, se suicidou, assim como Marco Antônio.
Busto de Cleópatra, século I a.C., Museu Antigo de Berlim.
Ana Maria de Jesus Ribeiro (1821-1849), Anita, nasceu em Laguna (RS). Era descendente de portugueses açorianos. Casou-se aos 14 anos, mas o marido deixou-a para alistar-se no exército. Durante a Revolução Farroupilha (1835-1845) em que o Rio Grande se rebelou contra o governo Imperial, chegou ao Brasil o guerrilheiro Giuseppe Garibaldi (1807-1882) a soldo da república rio-grandense. Na luta pela tomada do porto de Laguna conheceu Anita e ambos se apaixonaram. Ela o acompanhou nas batalhas e em 1842 deixaram o Brasil para viver no Uruguai onde se casaram. O casal teve três filhos. O primeiro nasceu no Brasil. Em 1848, entretanto, Anita e as famílias de outros legionários embarcaram para a Europa e mais tarde Garibaldi reuniu-se a eles. O casal testemunhou a proclamação da República Romana, mas com a chegada dos exércitos franco-austríacos à Itália, Garibaldi teve que fugir. Anita, grávida novamente, o acompanhou, mas morreu em Ravena. Giuseppe Garibaldi foi um dos grandes batalhadores pela unificação italiana.
Em Santa Catarina a “heroína de Dois Mundos” foi homenageada por dois municípios: ANITA GARIBALDI, com cerca de oito mil habitantes, e ANITÁPOLIS, na grande Florianópolis, com população de pouco mais de 3.500 habitantes. Na cidade de São Paulo, a Rua Anita Garibaldi fica na Sé, entre as ruas Conselheiro Furtado e Rangel Pestana.
Retrato feito pelo pintor genovês Gaetano Gallino em Montevidéu em 1845. Museo del Risorgimento, Milão.
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