Eu ia
saindo do prédio e ela, passando. Cumprimentei porque não me era estranha.
Atravessei a rua, segui meu caminho e eis que a reencontro na padaria. Ela
sorri, comenta sobre as delícias espalhadas pelo balcão. Não resisto. “Eu a
conheço de algum lugar, mas não consigo localizar.” Provavelmente, da
biblioteca, diz ela. Claro! Bibliotecária da Mário de Andrade.
Esse
encontro casual me faz lembrar que faz 40 anos que frequento a Biblioteca
Circulante da Mário de Andrade. Assim que mudei para São Paulo em 1982 me
inscrevi. Era na Praça Roosevelt em um prédio estranho em que havia uma loja
Pão de Açúcar, uma escola infantil e a biblioteca. Em frente do famoso Cine
Biju. Fiquei deslumbrada com a quantidade de livros maravilhosos e a cada
quinze dias ia até lá escolher uma preciosidade. Aos sábados porque aproveitava
para comer um doce na feira da Praça da República. Numa das salas ficavam os
arquivos de aço, com as fichas datilografadas que o leitor consultava por
assunto para localizar o livro desejado.
Alguns
anos depois o prédio se deteriorou, chovia mais dentro do que fora. A
biblioteca mudou para o casarão da Chácara Lane (rua da Consolação, 1024) e
alguns anos depois foi para a rua Frei Caneca, Cerqueira César. Por uma série
de fatores esse foi o único período em que não frequentei a circulante. Voltei
quando terminou o restauro da Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94)
e a circulante foi para lá. Desde então é possível consultar obras raras,
visitar a sala dedicada a São Paulo e ver exposições. Jornais e revistas
antigos? Logo ali do outro lado do jardim, na rua Dr. Bráulio Gomes, 139.
Frequento também a Biblioteca Sérgio Milliet no
Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, 1000), a minha preferida durante a
pandemia porque posso ir a pé e não precisava agendamento para retirar os
livros. O problema do agendamento, na BMA pelo famoso telefone 156, era o “sistema”, que não reconhecia
senha, demorava horas para se conseguir entrar na página e precisava ir de
metrô...
Para se inscrever na Biblioteca Circulante é preciso apresentar RG e um comprovante de residência no município de São Paulo. A inscrição vale para todas bibliotecas públicas municipais circulantes.
Fotos da Biblioteca Sérgio Milliet durante a pandemia (2020) quando os leitores faziam os pedidos e os livros eram entregues na entrada porque não era permitido circular pelas dependências da instituição.
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