De
1901, quando foi criado, até este ano foram atribuídos 119 prêmios Nobel de
Literatura. O prêmio só não foi concedido em 1914, 1918, 1935 e de 1940 a 1943. O país com o maior número de laureados é
a França (16), seguindo-se os Estados Unidos com doze e o Reino Unido com onze.
O único escritor de língua portuguesa na lista é José Saramago (1998). Gabriela
Mistral (1954), Pablo Neruda (1971), Gabriel Garcia Marques (1982) e Mario
Vargas Llosa (2010) são os sul-americanos agraciados.
O escritor Juan Marsé (1933-2020) dizia que “do
ponto de vista estritamente literário, os prêmios não servem para nada, não
ajudam a escrever melhor nem nada disso, mas servem para difundir e vender mais
livros, o que não é pouco”. Marsé, que nasceu em Barcelona, não ganhou Nobel,
mas outros prêmios, como o Cervantes. E pode-se acrescentar que a premiação também
não garante imortalidade (assim como as academias de letras cheias de imortais
mortais). Autores como Kipling (1865-1907), Yeats (1865-1939), Bernard Shaw
(1856-1950), Henry Bergson (1856-1941), Thomas Mann (1875-1955). Eugene O’Neal
(1888-1953), Hermann Hesse (1877-1962), T. S. Elliot (1889-1965), Winston
Churchill (1874-1965) e Albert Camus (1913-1960) e Boris Pasternak (1890-1960) –
só para citar ganhadores da primeira metade do século passado – não precisavam
do prêmio para ter suas obras lidas e citadas até hoje.
Dos escritores relacionados, só não li Yeats e Boris
Pasternak; Camus e Thomas Mann são os meus preferidos; de Churchill consulto
frequentemente a obra sobre a “Segunda Guerra Mundial” e “História dos Povos de
Língua Inglesa”. Na adolescência li vários livros da americana Pearl Buck (1892-1973),
muitos dos quais traduzidos por Raquel de Queirós.
Nieto também trata do sucesso que, segundo ele, tanto pode significar brilhar como aparecer “nos jornais, na TV, comparecer a coquetéis,
lançamentos de livros ou recepções magníficas, fazer vida mundana”. E cita
Jorge Luís Borges: "O sucesso é algo tão efêmero... Em 1910 acreditava-se que o melhor escritor da
literatura francesa, isto é da universal (pois assim era medida então), era
Anatole France. Atualmente, isso pareceria uma ironia um tanto rude, mas naquela
época era considerado tão grande quanto Voltaire”.
“O
livro convida-nos ao desconsolo pela amargura ou doçura que num momento dado
reflete nossa vida. Mas num sentido mais geral, o leitor que escolhe uma obra
determinada, e dela se imbui, está fazendo, como aconteceu previamente ao
autor, um exercício de liberdade. E isto não acontece apenas com a literatura,
mas com a arte em geral. O simples fato de contemplar um quadro, ouvir uma
sinfonia, de assistir a uma representação dramática, de ler um romance, supõe
um deslocamento para outras coordenadas, diferentes daquelas em que se
desenvolve nossa vida.” Escritor espanhol Ramón Nieto (1934).
A leitura e a literatura são necessidades
universais que devem ser satisfeitas "sob pena de mutilar a personalidade,
porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo elas nos
organizam, nos libertam do caos e portanto nos humanizam", encerrando com Antonio
Cândido de Mello e Souza (1918-2017).
Ah! A vencedora do Nobel de Literatura deste ano, a escritora francesa Annie Ernaux (1940), receberá US 900 mil dólares "pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal". Sábado estará na Flip, em Parati, Rio de Janeiro.(Fotos: Hilda Araújo.)
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