Gregório de Matos Guerra (1636-1696) nasceu na Bahia, foi advogado e poeta. É considerado o maior poeta do barroco português e brasileiro; mas foi como satírico que passou para a posteridade; notabilizou-se também pelos temas sobre sexo numa linguagem desabrida para o século XVII, afinal, eram tempos em que para a Igreja todos eram anjos. Achei estes versos do Boca do Inferno, alcunha com que ficou conhecido, numa revista da Biblioteca Nacional:
União de barrigas,
Um breve
tremor de artérias.
Uma confusão
de bocas,
Uma batalha
de veias,
Um rebuliço
de ancas,
Que diz
outra coisa é besta.”
Ilustração: “Study
after Vélazquez’s: Portrait of Pope Innocent X”, 1953. Óleo sobre tela de
Francis Bacon (1909-1992).
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