Domingo cheio de sol. Céu azul! Quando era criança, na Páscoa, além do ovo tradicional de chocolate, eu ganhava um presente e, desde que aprendi a ler, era um livro de Monteiro Lobato. Guardo todos até hoje. Dessa época, lembro das músicas eruditas que as rádios transmitiam na sexta-feira, das refeições à base de peixe – bacalhau de preferência, servidas em um ambiente sério, de poucas palavras. No sábado, ouviam-se fogos na hora do almoço – era o início da malhação do judas – geralmente uma personalidade em desgraça no momento, que a garotada "castigava". Hoje seria difícil escolher. À noite, havia bailes de Aleluia – na verdade, bailes de Carnaval promovidos por muitos clubes da cidade. A semana, dita santa, terminava com o almoço da família no domingo, mas logo cedo o “coelho” deixava o ovo colorido para mim, mais ou menos como Papai Noel. Muitas vezes ouço relatos de pessoas magoadas ou desapontadas por terem sido levadas a acreditar em Papai Noel ou no coelho. Acho que nunca acreditei nas lendas, pois fiz a transição para a vida adulta sem choque com a realidade, talvez porque sempre tenha gostado da encenação. Até hoje gosto do bom velhinho... Quanto ao ovo, não ligo mais há muitas décadas. Chocolate é chocolate, não importa a forma. Um ótimo domingo para todos.
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