Continuo folheando o centenário jornal santista, um bom exercício para conhecer uma época e avaliar os avanços (ou retrocessos) da sociedade em geral. No verão de 1930, as senhoritas estavam alvoroçadas com o concurso de Miss Brasil, instituído pelo jornal A NOITE, do Distrito Federal/Rio de Janeiro, e que em São Paulo era patrocinado pelo jornal A GAZETA. A eleita concorreria ao título de Miss Universo, cujo prêmio era de dez mil dólares, e teria a viagem custeada pelo jornal carioca. As concorrentes tinham que ser brasileiras, ter entre 18 e 25 anos e não podiam ser ou ter sido artistas de teatro, cinema ou outras diversões pagas. As inscrições terminavam em 30 de março. Em Santos, o jornal A TRIBUNA divulgava a competição e a lista das mais votadas da cidade. No dia 15 de janeiro, Joanna Pasquarelli de Rosato liderava as inscritas, com 168 votos – bem distante da mais votada paulistana, srta. Odette Novaes, do bairro da Liberdade, com 682 votos. O nome de uma candidata chama minha atenção: Zezinha Rezende. Seria nossa poeta Maria José Aranha de Rezende (1911 —1999), que sempre foi chamada carinhosamente de Zezinha Rezende? Por que não? Ela foi muito bonita. O concurso terminou com a vitória da gaúcha Yolanda Maria Sabage Pereira (1910-2001), que ganhou o título não reconhecido de Miss Universo, realizado no Texas naquele ano.
E para encerrar uma crônica de um autor anônimo. Passa quase desapercebida a justificativa para os salários menores para as mulheres.
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